Para a maioria das pessoas o desenvolvimento pessoal não ocorre de maneira agradável. O percurso até o amadurecimento geralmente envolve diversos percalços, inseguranças e situações desencorajadoras. Para Nietzsche, essa dificuldade ocorre porque libertação envolve separação. É tão difícil deixar coisas queridas para trás que muitas vezes é necessário voltar-se contra elas por um tempo.
Isso é algo que acontece com frequência no ambiente familiar. Muitas vezes, os filhos podem passar por um período em que rejeitam os pais e tudo aquilo que lhes parece valioso.
Mas não o fazem por odiá-los, e sim por amá-los; e para conquistar a liberdade – para se tornar independentes – eles precisam romper amarras. Para uma pessoa amorosa, romper esses laços é tão difícil que por um período ela precisa tornar-se quase violenta e cruel”, escreve o filósofo John Arms.
Nietzsche ensina que, se nos concentrarmos em aprender com o presente, teremos condições de entender o porquê da nossa existência. O filósofo levou esse pensamento tão a sério que decidiu refletir sobre sua própria experiência de desenvolvimento e escrevê-la como uma espécie de fábula.
Em “Humano, Demasiado Humano”, de 1878, Nietzsche escreve sobre a necessidade de liberdade. Ele explica que, em pessoas fortemente vinculadas, a separação chega de repente, comparando-a a um choque ou terremoto que devasta a alma.
“[A pessoa] é dominada por uma compulsão, uma pressão que se impõe à alma como uma ordem: é o despertar da vontade e do desejo de ir embora, não importa para onde, a qualquer custo: uma violenta e perigosa curiosidade por um mundo desconhecido arde e cintila em todos os seus sentidos”.
Nietzsche explica que, ao tentar provar seu domínio sobre as coisas, a pessoa vaga entregue a um desejo insatisfeito e “se rasteja em curiosidade e sedução ao redor do que é mais proibido”, sempre se questionando se todos os valores podem ser destruídos. Mas isso passa – mesmo que seja anos depois.
“O espírito livre aproxima-se novamente da vida, lentamente, é claro, quase recalcitrante, quase desconfiado. Ao seu redor está de novo mais quente, mais amarelo, por assim dizer; sentimentos e empatia se aprofundam; leves brisas de toda sorte passam por cima dele. Quase lhe parece que seus olhos só agora se abrem para o que está perto. Perplexo, ele se mantém imóvel: Onde estivera, então?”.
O filósofo conclui que o período de libertação é necessário para que a pessoa consiga se tornar senhora de si – e também senhora de suas próprias virtudes.
“Você precisava conquistar poder sobre seus Prós e Contras, e aprender a exibi-los ou guardá-los, em função de seus propósitos mais elevados […] Agora o espírito livre sabe a quais ‘você precisa’ obedecer, e também o que agora pode fazer, o que só agora é autorizado a fazer”. (Fonte)
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