Immanuel Kant, famoso filósofo alemão do século 18 dizia – “Tudo o que não puder contar como faz, não faça!”. Arremato esta frase com o que Spinoza refletia sobre o direito natural ser compatível com a democracia – “É nas grandes massas que a natureza melhor se manifesta”.
Ao jogarmos um simples papelzinho pela janela não temos consciência alguma de que não se trata apenas de um simples papelzinho. O que está por trás disso é absolutamente sério. O que estamos fazendo conosco, com o meio em que vivemos e com o mundo? Há que se dizer que culpar terceiros sempre nos traz alívio. Irresponsabilidade e caráter são questões inadmissíveis, não é mesmo?
Não é um simples papelzinho…. Mas se jogarmos três ao dia, serão quatorze por semana, e se milhões de pessoas de todo o mundo jogarem três míseros papéis por dia? Um dos maiores responsáveis por alagamentos nas cidades é o lixo, acarreta entupimento de bueiros e canalizações levando a dispersar doenças e incômodo à população em geral.
O âmago desta questão é a consciência. Nos dias de hoje coletamos informações prontas e não levamos questões reflexivas ao cotidiano agitado e quase atropelado pelo que não nos afeta tanto por enquanto.
“Toma das asas de mercúrio e passa deste ponto àquele outro onde o sol se põe” – frase emblemática de Shakespeare na tragédia mais poderosa e influente em língua inglesa – Hamlet. Questões informativas são substituídas intelectualmente por reflexivas com o uso de metáforas. Não estamos mais acostumados a pensar! Grave e infeliz constatação.
Durante uma discussão enriquecedora com Leandro Karnal, a informação pronta esta intimamente ligada à solidão. Alguém ouve a opinião alheia? Alguém está lendo? Refletindo? “O que estamos lendo de fato se todo o nosso tempo está sendo consumido pela atualização das ferramentas tecnológicas? A questão não está na existência da tecnologia, mas, em quem somos? Quem somos que temos que estar em todos os lugares ao mesmo tempo? Temos opiniões imediatas sem reflexões profundas, incrivelmente ocupadas com o mundo virtual”.
O que seremos no futuro? Seremos seres abastecidos virtualmente, mas, submergidos no lixo? A grande preocupação é que a realidade virtual se sobreponha à realidade real!
A vida no planeta como a conhecemos acabará de forma dramática e somente através desse processo de conscientização poderemos garantir a sustentabilidade ambiental.
Sustentabilidade: “Pensar globalmente, agir localmente.” Não é um simples papelzinho. É questão de educação, caráter, reflexão! Pensar – exclusividade nossa…ou não mais?