O historiador, professor e escritor Leandro Karnal em entrevista ao canal UM BRASIL faz, uma referência ao plano de reconstrução da Europa no fim da década de 1940 com base no auxílio internacional econômico e financeiro, de modo a reavivar a atividade econômica e garantir estabilidade social.
“Precisamos pensar em soluções extraordinárias para um período extraordinário; não se trata mais de liberar um pequeno crédito para quem está desempregado, trata-se de [elaborar] um novo Plano Marshall competitivo e amplo que envolva FMI, Banco Mundial, BNDES e nossas reservas para salvar a maioria da população da doença e do desastre econômico”.
É essencial que o País saiba cuidar das pessoas que integram os grupos de risco de Covid-19, como idosos e pessoas em situação muito precária e de extrema pobreza
“Para uma sociedade democrática e aberta, temos de fazê-la cuidadosa com os mais pobres, com os doentes, com os idosos, com as crianças; e, acima de tudo, uma sociedade não baseada em uma comunicação agressiva. Cada epidemia é única, Covid-19 mata menos do que a peste bubônica e mata menos do que a varíola matava até o século 18, mas tem um potencial de destruição econômica talvez ainda pior do que todas as outras no passado”.
Um público para cada histeria: comunicação dos negacionistas e dos alarmistas
“O que me assusta nessa crise é a tônica de uma comunicação de todo mundo se insultando, achando que o perigo é o vizinho que bate, ou não bate, panela, e não o vírus. É preciso enfatizar esta questão: primeiro, preservar a vida; segundo, os empregos e a economia; e, por fim, nossa capacidade de comunicação”.
Toda pandemia gera negacionistas e histéricos, dois polos terríveis:
“Há aqueles que dizem que não está ocorrendo nada – são pessoas perturbadas –, e aqueles que dizem que é o fim do mundo. […] Há uma dissociação de públicos. Se o político ‘A’ faz um discurso dizendo que Covid-19 não é nada, ele tem um público que aceita isso. Há público para alarmistas, para negacionistas, para pessoas que seguem a Organização Mundial da Saúde (OMS), e há público para quem manda um áudio dizendo que não se deve usar máscaras importadas da China – esse tipo de histeria também tem público. Hoje, o desafio da retórica é maior”.
Confira a entrevista na íntegra:
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