Tipos de barriga: má postura, estresse, gordura, metabólica, pré-diabética…

Sempre acontece de vermos em alguns homens e mulheres indistintamente, uma franca proeminência do abdome – comumente chamado de barriga. De consistência, volume e estrutura diferentes, a barriga pode ser um indicador muito importante do estado de saúde, podendo ser considerado um sinal clínico para várias patologias. Neste artigo, o nutricionista Ricardo Borgocci, especialista em ciências motoras e dietética analisa mais de perto algumas peculiaridades dos tipos de barriga e suas prováveis ​​causas:

Causas, Riscos e Tratamento

A “barriga de fora” pode ter diversos fatores etiológicos. Por outro lado, a forma e consistência abdominal por si só não devem ser consideradas elementos diagnósticos específicos (a não ser pelo excesso de peso), mas sim indícios úteis em um método de pesquisa de patologia muito mais complexa.

De qualquer forma, quando a barriga proeminente assume o papel de sinal clínico da obesidade abdominal (principalmente visceral), ela representa um dos principais fatores de risco, tais como hipertensão arterial, hiperglicemia, diabetes tipo 2, doença arterial coronariana, isquemia cardíaca e cerebral, dentre outras.

Há raras exceções (bem menos frequentes do que se poderia acreditar) em que a barriga é determinada por causas viscerais, como gases no estômago e/ou inchaço intestinal (especialmente por reações ou patologias de intolerância alimentar) e/ou prisão de ventre. Nas mulheres os períodos, menstrual e pós-menopausa, têm grandes influências no aumento da circunferência abdominal. Em todos esses casos, o aumento da barriga deve ser mensurável.

Também são conhecidas proeminências abdominais por causas diversas e graves, como tumores superdesenvolvidos ou ascite, que, por outro lado, nada têm a ver com este artigo. Nosso objetivo aqui é propor reflexão e não fazer diagnósticos. A palavra final, sempre deve ser do seu médico de confiança.

Quais os tipos de barriga?

De consistência, volume e estrutura diferentes, a barriga pode ser um indicador muito importante do estado de saúde, podendo ser considerado um sinal clínico para várias patologias. Neste artigo, o nutricionista Ricardo Borgocci, especialista em ciências motoras e dietética analisa mais de perto algumas peculiaridades dos tipos de barriga e suas prováveis ​​causas.

1 – Barriga de má postura

Às vezes a proeminência do abdome é destacada por atitudes posturais e paramorfismos que afetam as costas. A acentuação da lordose lombar e a rotação constante da pelve para a frente (antiversão) têm um impacto estético muito importante na barriga. Embora sejam condições a serem compensadas, devido às inúmeras complicações que podem surgir, os fatores de risco mencionados não aumentam.

O tratamento de qualquer tipo de barrigão é nutricional (baixo teor calórico) e motor-comportamental (corrige tanto os maus hábitos, como o abuso da automação que leva ao sedentarismo, quanto impõe um protocolo de treinamento adequado). Alguns casos raros – graves ou com etiologia diferente do acúmulo de gordura – podem requerer cirurgia e/ou uso de medicamentos.

2 – Barriga pré-diabética

A barriga pré-diabética apresenta ingestão consistente de gordura abdominal, principalmente flácida e volumosa. Muitas vezes, após uma avaliação precisa do médico através de análises hematológicas específicas, é diagnosticada uma condição de glicemia de jejum alterada e/ou resistência à insulina.

Estamos, portanto, diante de um acúmulo de gordura proveniente do “hiperinsulinismo ” que, se for concomitante com altos níveis séricos de cortisol, pode piorar ainda mais. Essa eventualidade, ao diminuir os níveis de testosterona livre circulante , aumentaria ainda mais a predisposição ao acúmulo de tecido adiposo , reduzindo ao mesmo tempo o tecido magro.

A nutrição e o treino devem, por isso, ser personalizados em estreita colaboração entre o médico e o personal trainer, de forma a perder peso e reeducar o corpo para a sensibilidade à insulina – dois fatores que estão intimamente relacionados entre si.

3 – Ventre hepato-digestivo

O ventre hepatodigestivo apresenta-se saliente, dilatado, com presença de gordura compacta e menos flácida do que a barriga pré-diabética. É uma característica típica de quem sofre de problemas hepáticos. É por isso fundamental conhecer os hábitos alimentares do sujeito – por exemplo o abuso de bebidas alcoólicas – e verificar a saúde do fígado através de exames especiais.

Não é uma situação fácil de gerir porque, inicialmente, qualquer esforço excessivo do corpo é contraindicado – especialmente no treino de resistência (especialmente com pesos ) – porque também pode ter efeitos negativos no equilíbrio hepático. Portanto, recomendamos atividades aeróbicas com a carga mais tolerável, exercícios leves, alongamento e respiração. Treino intenso com pesos, só após uma melhora real no quadro clínico, porém, deve ser inicialmente leve.

4 – Barriga metabólica

Apresenta uma evidente flacidez da gordura, típica de quem se alimenta de forma incorreta Normalmente não há alterações nos indicadores sanguíneos atribuíveis a condições de doença hepática ou resistência à insulina, nem menos ainda alterações nos perfis hormonais.

Você não precisa de nenhuma precaução especial no treinamento, exceto para evitar que o excesso de peso exerça muita pressão sobre as articulações – por exemplo, costas, quadril , joelho e tornozelo durante a corrida. Os treinos podem ser de vários tipos, tanto em termos de exercícios quanto em termos de metodologia, visando tanto a perda de peso quanto o fortalecimento muscular. Obviamente, a dieta deve ser congruente com o processo de recomposição corporal.

5 – Barriga com gases/cólica

Tem um abdômen firme e volumoso; mais do que uma “barriga gorda”, pode ser consequência de condições particulares como a tensão abdominal devido à acumulação de gases no estômago ou nos intestinos – meteorismo e/ou inchaço abdominal.

Esta sintomatologia particular é típica de indivíduos acometidos por desconfortos ou distúrbios que afetam o aparelho gastrointestinal, como por exemplo a atitude de aerofagia, a “síndrome do intestino irritável” e todas as patologias crónicas, de etiologia anatomofuncional ou doença inflamatória autoimune de o intestino – diverticulite, colite reto-ulcerativa, doença de Crohn etc. Também pode estar associada à doença celíaca ou sintomas agudos de intolerância à lactose.

Para falar de “abdome em cólica” é necessário um diagnóstico que inclua investigações específicas para estabelecer a inflamação real. Não há indicações precisas sobre o tipo de tratamento, mas é bom lembrar que para a melhora dos sintomas no caso de inchaço por gases e/ou cólica abdominal: uma dieta balanceada, mastigar corretamente, comer devagar, não ingerir líquido com as refeições, comer menos, porem mais vezes por dia. Procure um nutricionista e invista numa reeducação alimentar. Também é aconselhável integrar o treinamento com exercícios de respiração diafragmática e com técnicas de relaxamento. O quadro alimentar é muito importante para manter um regime livre daqueles alimentos que podem gerar acúmulo de gases entéricos.

6 – Barriga por excesso de peso

A gordura é inflamação. E você deve observar se você está se alimentando de comida inflamatória, rica em carboidratos, açúcares, embutidos, enlatados, refrigerantes, alcool. Em caso de excesso de peso, a dieta deve ser claramente hipocalórica (baixa caloria) até atingir a meta de normalidade; se estiverem associados açúcar no sangue alterado, pode ser necessário fazer uma dieta zero açúcar, zero glúten e zero álcool. Também é necessário que o treinamento seja de tipo misto: musculação e aeróbicos. Força e movimento.

7 – Barriga de estresse

Barriga de estresse é o nome comumente atribuído a um aumento da proeminência abdominal que ocorre acentuadamente em condições de estresse psicológico.

Como pode ser facilmente deduzido, identificar o mecanismo por trás desse fenômeno está longe de ser simples. Digamos que, do ponto de vista estatístico, o aumento da circunferência abdominal na presença de estresse nervoso seja mais frequentemente atribuído a:

  • Engolir ar: o consumo rápido das refeições, bem a escolha de alimentos ricos em ar (refrigerantes, sorvetes…), constituem o primeiro fator no aumento do volume gástrico.
  • Irritação do cólon: ou síndrome do intestino irritável, determina um acúmulo de água e gases no interior do intestino grosso e, muitas vezes, além do meteorismo, registram-se diarreia ou constipação – ou ambas, alternadas.
  • Inibição das vias de expulsão: (arroto e flatulência) – Os alimentos que causam gases, como o feijão e o brócolis, por exemplo, têm uma grande quantidade de fibras e carboidratos que são fermentados pela flora intestinal durante a digestão, causando flatulência e inchaço, sendo que a intolerância do intestino a esses alimentos varia de pessoa para pessoa. Por esse motivo, é importante que o nutricionista faça uma avaliação que permita identificar quais os alimentos que produzem gases e elaborar um plano nutricional adaptado às necessidades da pessoa.
  • Aumento do cortisol/estresse: Existe uma teoria segundo a qual o aumento do estresse poderia favorecer a deposição de gordura no abdome, tanto visceral quanto subcutâneo. Embora o controle do estresse possa ser considerado um fator universalmente válido em termos de saúde, não se deve esquecer que – em pessoas saudáveis ​​- o acúmulo de gordura ocorre exclusivamente em caso de excesso nutricional. Portanto, em níveis fisiológicos – não estamos falando de patologias endócrinas e muito menos de terapias farmacológicas – o cortisol tem um efeito mais “psicossomático” e estimulante para comer mais e rapidamente e a consequência disso, pode ser uma barriga de gases/cólica. O estresse também pode ser a causa de uma barriga gordurosa principalmente devido à maior tendência a comer em excesso e de forma desequilibrada. O remédio mais eficaz é, em geral, organizar um bom protocolo de atividade física, associada à atividades lúdicas e uma dieta equilibrada.

OBSERVAÇÃO: Este artigo não tem a intenção de fazer diagnósticos. É apenas informativo e reflexivo. Procure e acredite sempre no seu médico de confiança.

 

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