“Não se quer isolar o indivíduo, não se quer isolar a sociedade, não se quer isolar a espécie, mas ao mesmo tempo, creio que isso nos indica nossa ética pessoal, porque, sem dúvida, há uma ética do indivíduo para com ele mesmo, para com a sua honra, para com a sua dignidade e para com o próximo.
Mas há também uma ética para com a sociedade, da qual fazemos parte, que nos faz cidadãos, e quanto mais temos direitos, mais temos deveres. E, temos, hoje em dia, nesta época planetária que é a nossa, onde toda a humanidade tem um mesmo destino comum, e as mesmas ameaças comuns, temos um dever para com a humanidade que é efetivamente de participar na construção de um novo mundo, de um mundo melhor.
Então, para mim, essa inseparabilidade só pode ser concebida se houver um pensamento que chamo de recursivo, dialógico e hologramático. Explico: a dialógica é porque somos ao mesmo tempo complementares e antagonistas. Por exemplo, quando queremos nos livrar da espécie, decidimos não fazer filhos, tomamos a pílula, tomamos procedimentos abortivos. Poderíamos nos revoltar contra a sociedade, sobretudo se ela é opressiva.
Então, há uma relação, ao mesmo tempo, de complementariedade e antagonismo entre indivíduo, espécie e sociedade. E a relação hologramática é como no holograma, ou seja, no holograma o ponto contém toda a informação do conjunto, cada célula do meu corpo contém a totalidade do meu patrimônio genético e o todo da humanidade, e o todo , eu diria também, da sociedade presente – eu não diria somente o todo da humanidade – eu diria o todo do cosmos, porque somos animais, temos em nós toda a história dos primatas, dos mamíferos, dos vertebrados que somos, do mundo vivo.
Somos feitos de bilhões de cédulas, somos os herdeiros das primeiras células vivas. Essas células são elas próprias feitas de moléculas, que são feitas de átomos e podemos remontar até as primeiras partículas que nasceram há 15 bilhões de anos, no princípio do universo. Temos em nós toda a história do universo, mas somos diferentes pela consciência, pela cultura, e é por isso que temos uma dupla identidade. De um lado, fazemos parte da natureza, e, de outro lado, estamos fora dessa natureza”. Edgar Morin
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