Sylvia Plath foi uma das poetisas de língua inglesa mais importante do século XX. Sylvia nasceu em 1932 em Boston, Massachusetts, em 1955 foi para Inglaterra continuar seus estudos. Começou a escrever os Diários ainda em criança, chamava-lhes o seu “Mar de Sargasso” . Foi um talento precoce: aos oitos anos uma poesia sua já era publicada em um jornal de Boston, no entanto, a maior parte de sua obra é póstuma, devido seu fim trágico. A poetisa desistiu de viver no dia 11 de Fevereiro de 1963, aos 30 anos de idade.
Sylvia Plath, era linda e capaz de escrever com lucidez inigualável, sempre escreveu sobre seu universo íntimo, sem esforços para disfarçá-lo. Mas, apesar do brilhantismo, ela já apresentava tendências depressivas desde cedo, ela havia tentado suicídio outras duas vezes antes da fatalidade em 1963.
Nem todas as obras de Plath estão editadas no Brasil. As que podem ser encontradas são: A Redoma de Vidro (The Bell Jar), Zé Susto e a Bíblia dos Sonhos (Johnny Panic and The Bible of Dreams) , XXI Poemas , Pela Água (Crossing the Water), e Sylvia Plath – Poemas, Ariel (Ariel)
ARIEL
Estancamento no escuro
E então o fluir azul e insubstancial
De montanha e distância.
Leoa do Senhor como nos unimos
Eixo de calcanhares e joelhos!… O sulco
Afunda e passa, irmão
Do arco tenso
Do pescoço que não consigo dobrar.
Sementes
De olhos negros lançam escuros
Anzóis…
Negro, doce sangue na boca,
Sombra,
Um outro vôo
Me arrasta pelo ar…
Coxas, pêlos;
Escamas e calcanhares.
Branca
Godiva, descasco
Mãos mortas, asperezas mortas.
E então
Ondulo como trigo, um brilho de mares.
O grito da criança
Escorre pela parede.
E eu
Sou a flexa,
O orvalho que voa,
Suicida, unido com o impulso
Dentro do olho
Vermelho, caldeirão da manhã.
(Tradução de Ana Cândida Perez e Ana Cristina César)
OUTONO DE RÃ
O verão envelhece, mãe impiedosa.
Os insetos vão escassos, esquálidos.
Em nossos lares palustres nós apenas
Coaxamos e definhamos.
As manhas se dissipam em sonolência.
O sol brilha pachorrento
Entre caniços ocos. As moscas não chegam a nós.
O charco nos repugna.
A geada cobre até aranhas. Obviamente
O deus da plenitude
Está morando longe daqui. Nosso povo rareia
Lamentavelmente.
(Tradução de Jorge Wanderley)
Limite
A mulher está perfeita.
Seu corpo
Morto enverga o sorriso de completude,
A ilusão de necessidade
Grega voga pelos veios da sua toga,
Seus pés
Nus parecem dizer:
Já caminhamos tanto, acabou.
Cada criança morta, enrodilhada, cobra branca,
Uma para cada pequena
Tigela de leite vazia.
Ela recolheu-as todas
Em seu corpo, como pétalas
Da rosa que se encerra, quando o jardim
Enrija e aromas sangram
Da fenda doce, funda, da flor noturna.
A lua não tem porque estar triste
Espectadora de touca
De osso; ela está acostumada.
Suas crateras trincam, fissura.
(Tradução Luiz Carlos de Brito Rezende)
Organizado por Josanne Gonzaga, poetisa. Autora de 04 Livros publicados.
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