A gente vai ficando mais velho e acumula muitas perdas. A gente perde amigos, pai, mãe, cachorro e gato. A gente perde juventude, força, forma física e cabelo. A gente perde emprego, dinheiro, objetos. Tudo envelhece, lá fora e aqui dentro de nós.
Saudades se amontoam, recordações emocionam, músicas, livros e filmes nos remontam ao tempo bom que ficou lá atrás. Sobram arrependimentos, inevitáveis e doloridos. Restam fotos envelhecidas, roupas que não cabem mais, bicicleta enferrujada, Sapatos mofados, cartinhas da namorada, dos filhos, vídeos de outrora.
O tempo traz a consciência de que despedidas, términos e fins são inevitáveis. A morte já não fica distante e essa consciência nos força a entender que é necessário guardar no coração lembranças doces e especiais, para que elas nos ajudem nos momentos de angústia e de saudade. Nossa memória nos ampara na travessia da vida, enquanto enfrentamos tudo o que tiver de ser, o bom e o ruim.
O tempo traz conhecimentos, levando-nos a novas visões sobre o outro, sobre a vida, sobre o mundo. A gente vai saindo cada vez mais do nosso eu, em direção a verdadeiros encontros com tudo o que tem de bom longe do nosso próprio umbigo. Paramos de focar somente no que queremos ter e começamos a nutrir mais gratidão por tudo o que já temos.
E, quanto mais cedo pudermos entender tudo isso, quanto mais cedo pudermos nos libertar do que faz mal, do que emperra e de pessoas que não nos acrescentam absolutamente nada de bom, mais e mais lembranças boas e sentimentos gostosos guardaremos em nossa alma. E isso tudo será essencial, para que ela não se perca, quando da escuridão das noites sem fim que ainda enfrentaremos.
Desapegue do que é pesado e triste, agarre-se ao que dá prazer e a quem chega junto com verdade. Não se prenda, não se deixe prender, sai, saia muito. Até mesmo saia do sério. Saia é a moda do momento. Saia de ambientes pesados, de relacionamentos tóxicos, saia de perto de gente chata. Saia por aí e se divirta. Não tem erro. Vai ser feliz. Vai ser feliz agora!