“Em vinte e cinco anos trabalhando em meu consultório, eu nunca ouvi um homem ou uma mulher dizer: ‘Estou aqui porque eu tomei uns cascudos da minha mãe, porque meu pai me torceu a orelha quando eu fui malcriado’.
[…]Há agressões que desgraçam a criança; infelizmente, tem muitos pais que maltratam fisicamente. Porém, quem disser que nunca teve vontade de dar uma palmada ou de puxar a orelha da criança estará mentindo.
No mundo ideal, quando você perceber que a criança está te tirando do eixo, segure-a nos dois ombros, olhe-a firmemente e diga: ‘Chega, acabou, você vai já para o quarto!’ Isso impõe limites, pois trata-se de uma ação física de contenção com a qual você demonstra quem manda na casa.
Não há a necessidade de, a toda hora, ‘a mão voar’, porque, se você sempre resolve as situações com seu filho com violência física, quando ele tiver dez, onze anos e crescer, ele também irá agredir você, e isso é uma tragédia. Eu já vi isso em várias vezes, inclusive em famílias bacanas: o filho bate nos pais porque cresceu aprendendo que, diante do limite, não há regras. Então, quando esse menino ou menina cresce um pouco mais, ele ou ela enfrenta os pais”.
(Excerto de uma fala de Leo Fraiman, psicoterapeuta, especialista em psicologia educacional, em entrevista ao programa Todo Seu. Assista na íntegra no vídeo abaixo)