No dia 5 de junho, a Anvisa autorizou no Brasil o início da fase de testes da vacina contra a covid-19 pela Universidade de Oxford. Os teste tiveram início neste primeiro de julho e 2 mil pessoas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro entre 18 a 55 anos participam do experimento.
De acordo com os pesquisadores brasileiro Eneida Parizotto Lee e Wen Hwa Lee, da Universidade de Oxford e Margareth Dalcomo, epidemiologista da Fiocruz, o estudo com a vacina iniciou a sua terceira fase, e os primeiros resultados estão previstos para setembro.
A médica cirurgiã dentista do Hospital São Paulo, Denise Abranches falou à Edição das 10h, na Globo News, sobre a sua experiência em ser a primeira mulher a participar dos testes com a vacina contra a Covid-19, fora do Reino Unido. A médica disse que participou de uma triagem no dia 20 de junho, onde ela passou por avaliação médica para saber se estava apta para participar do teste; depois fez uma coleta de sangue para testar se ela estava contaminada com o novo coronavírus. Somente com a sorolidade negativa ela pode iniciar o teste e recebeu a vacina.
Denise contou ainda que o grupo que recebeu a vacina, foi dividido em dois: um tomou a vacina contra a Covid-19 e o outro tomou uma especie de ‘vacina de controle’ (placebo?), mas nenhum participante sabe o que tomou. Ressaltou que durante todo o processo de estudo acerca das testagem, todos serão monitorados de forma muito intensa com a equipe médica, que anotará todas as reações. Denise disse que não teve nenhuma reação ainda, que está se sentindo bem e que recebeu um diário eletrônico, onde anota como foi o seu dia, e envia para os gerenciadores da pesquisa no Brasil e no Reino Unido. Ela conclui, dizendo que o estudo terá duração de um ano. Período este que continuará sendo monitorada e fará cinco visitas clínicas ao Centro de Referência, coordenado pela pesquisadora Eneida Parizotto Lee, onde fará exames de sorologia.
De acordo com Eneida Parizotto Lee e Wen Hwa Lee, da Universidade de Oxford, os resultados dos primeiros ensaios devem aparecer conforme o grupo testado for naturalmente exposto ao vírus. Metade deve receber a vacina, a outra metade um placebo. Os primeiros resultados concretos só serão considerados quando os pesquisadores tiverem um número mínimo de casos da Covid-19 entre o grupo imunizado.
Segundo a epidemiologista Margarth Dalcomo, a produção da vacina em larga escala no país vai depender de acordos de transferência de tecnologia. Os Estados Unidos e Reino Unido já fecharam um acordo com a AztraZeneca. Já o Instituto Serum deve produzir 1 bilhão de doses para a Índia, que deve distribuir entre países de baixa renda.
“No governo do Reino Unido, o que sabemos é que, se tudo der certo, a primeira leva de vacina para população vulnerável estará disponível até o fim do ano”, prevê o pesquisador brasileiro Wen Hwa Lee.
* Segundo os pesquisadores, alertam que previsões não refletem necessariamente o mesmo posicionamento da Universidade de Oxford
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