A cada final de ano somos estimulados à práticas altruístas e à filantropia. O altruísmo e a filantropia são práticas úteis que considero privilégios à evolução do espírito, que no decorrer dos nossos dias e meses, vamos deixando de lado. Afinal consideramos que voluntariado é algo a se fazer em horas livres, mas é exatamente o contrário. Servir não é algo a ser feito quando não há mais nada para se fazer, é o oposto disso: é algo pelo qual você tira um tempo, do seu precioso tempo, para servir a uma causa ou a alguém. Quando você faz isso, você demostra um tipo de amor sublime à causa ou a pessoa, você dá elas algo muito precioso, o seu tempo. E este é um presente que você dará, principalmente, a si mesmo.
Confira 15 coisas bacanas que você pode sim, fazer ainda nas próximas semanas. Você pode fazer todos, alguns ou apenas um. Algumas opções são altruístas, outras de amor próprio, outras de entretenimento, mas todas, sem dúvida, muito preciosas. A autora desta lista, vivenciou todas elas e conta a sua experiência em breves relatos.
Eu tenho uma avó e ela está com 95 anos. Ela é o ser humano mais completo que conheço. Ativa – costura roupas para doar aos carentes, sempre grata a Deus por tudo e já se casou 6 vezes. Ela é alegre e braba também. Sempre que preciso de uns puxões de orelha por achar que minha vida está pesada demais, vou visitá-la e ela me dá umas boas broncas. Fico boa logo. Como não? Desta vez, levei jujubas diet e uma boneca de pano que ela nomeou de Maria Rita em homenagem ao rei Roberto Carlos. Ela ficou tão feliz com a boneca que eu achei que fizera uma coisa muito legal. Sai de lá, feliz.
Fui com as minhas duas irmãs, a minha mãe e a minha filha, jogar sinuca num boteco de uma cidadezinha do interior. Minha mãe pagou a conta e a gente fez uma “bagunça” no local. Quatros loucas citadinas com diplomas de nível superior dando gargalhadas, errando todas as tacadas e dançando o tema de Titanic. Foi uma noite inesquecível. Não para minha mãe que pagou a conta, mas a gente se divertiu como nunca. Saí de lá, renovada.
Assisti com minha filha numa tarde só: ‘Cada um tem a gêmea que merece’; “Debi & Lóide e ‘Tudo para ficar com ele’. Acreditem, assistir a filmes idiotas vale por um mês de terapia. Cada gargalhada espontânea que você dá é uma dose de serotonina no cérebro. Saí de lá, leve.
Comecei a fazer uma nova meditação antes de dormir: 20 exercícios de respiração e depois uma prece assistida pelo espiritualista Bruno J. Gimenes. Ele orienta que devemos ter o contato com a natureza por alguns minutos pelo menos uma vez por semana. E é aí que entra a floricultura: quando não se tem acesso a parques e campos, a gente vai numa floricultura mesmo. Eu gostei tanto dessa experiência que tenho comprado árvores todos os meses.
A dor existe e é inevitável. Acontece pra amaciar a face – isso quando se compreende ser apenas mais um dentre tantos. Mas se a dor enrijece as faces, é sofrimento por vitimar-se no monopólio da desgraça. O sofrimento na dor é perfeitamente evitável: e não adianta trocar os sapatos na crença de que outros lhe serão mais confortáveis – creia – o sofrimento não vem dos sapatos, mas da importância que se dá aos calos. Essa dor que enrijece as faces e nos transforma em seres empedrenidos e mal educados com os demais é um direito que não devemos fazer o uso. Então, eu faço deste tópico um ritual autoimposto. E sempre que vou a qualquer lugar, desde a padaria ao estádio de futebol, brinco e sorrio com e para os atendentes. Quem ganha com isso? Sempre eu. Saio de lá, contente.
Fizemos isso num parque de diversões em minha cidade. As reações das pessoas são incríveis e emocionantes. Elas se entregam num abraço. Um abraço tem o poder de descongelar um iceberg. As pessoas precisam ser abraçadas e quem lhes abraça precisa mais ainda. O abraço é uma força indelével contra a melancolia . Saí de lá, transformada.
É preciso doar risos e sangue. Doar risos e sangue é doar vida e energia. Eu sou doadora de sangue e de riso porque solidariedade não é doar o que te sobra, mas o que também te faz falta. Saio de lá, viva.
Dostoiévski em Crime e Castigo, diz que a alma se cura ao lado de uma criança e que não há melhores conselheiras do que elas. Além de que são ótimas guardadoras de segredos. Eu tenho um neto de cinco anos e a minha conversa foi com ele. Perguntei-lhe sobre o que ele faria se fosse eu que haveria de decidir se pedia ao juiz que ele viesse morar comigo. Então ele me disse: “eu perguntaria para ao juiz se você pode ir morar comigo e a minha mãe”. Saí dessa conversa, lúcida.
Independente de crendo religioso ou superstição, faz-se necessário. Acredite, é libertador sentar-se ao lado da sepultura e dizer tudo o que sente, como se a pessoa pudesse lhe ouvir. Chorar, segurar um punhado de terra, tocar as pétalas das rosas e depois narrar algumas cenas engraçadas vividas por você e o ente. Fui visitar a sepultura do meu filho dois anos depois de sua morte. Depois de chorar imenso, passei alguns minutos rindo de suas travessuras infantes e juvenis. Saí de lá, em paz.
Eu não sou adepta a nenhuma religião. Sou estudiosa da espiritualidade e gosto das meditações sob o som de Chopin. Mas considerei o convite de um amigo à confissão, bastante interessante. Não em um confessionário tradicional, mas com uma autoridade religiosa disposta a ouvir seus lamentos culposos só pela razão de ser aquele que sabe ouvir sem julgar. Foi muito gratificante poder falar de modo aberto sobre meus erros, vergonhas, medos, culpas… com aquele estranho que eu jamais voltarei a ver. Um abraço, um Deus te abençoe e vai e não peques mais. Simples demais? De jeito nenhum. O quanto de verdade sobre nós mesmos somos capazes de aguentar? Quando alguém nos fere com a verdade, somos impelidos à agressividade verbal e até física. Nossa mente não foi programada para verdade, mas para aceitar as mentiras como alívio da consciência. Então, num momento de confissão a gente pode se despir deste nosso ‘eu camaleão’ que se adapta a tudo e a todos, que se camufla para ser aceito e enfim aguentarmos por alguns instantes toda a verdade sobre nós mesmos sob a lanterna de um estranho agente da bondade e do perdão. Saí de lá, perdoada
Tem um canal no Youtube chamado: Exercício em Casa, onde há aulas para inciantes de Yoga. Se eu lhe disse que em 20 minutos de Yoga você transpira mais do que em uma hora de academia, talvez você duvide, mas é verdade. Comecei a praticar a Yoga, bem como meditações assistidas, e tenho visto os benefícios em minha saúde física, mental e emocional. É bom que você faça ao menos 20 minutos de Yoga diariamente. A meditação você poderá fazer só uma vez por semana. Eu gosto de Ho’oponopono com Regina Tavares. Vai por mim, daqui um ano você desejará ter começado hoje.
Não existe saúde e beleza física depois dos 40 anos sem sacríficos e eu, pela experiencia própria dos bons resultados, aposto em: exaustão física, água e mastigação. Exaustão física na prática diária de atividades físicas ou esportivas. No meu caso, corrida, Yoga e musculação. Água, claro, me obrigo a beber mais de 2 litros por dia. 600 ml logo em jejum e uma garrafa de dois litros ao longo do dia: o resultado é o excelente funcionamento do intestino, pele e cabelos hidratados, menos fome e mais disposição para à prática dos exercícios. A mastigação foi uma grata surpresa para perder e manter o peso. Você pode comer de tudo, não precisa se abster de coisas que gosta (com exceção do sal e do açúcar), mas você precisa colocar pouca comida no prato e demorar uns 15 minutos mastigando bem a comida. Mastigando com todos os dentes, inclusive os incisivos, até a comida virar uma papinha em sua boca. Se você conseguir fazer disso, um hábito, acredite, nunca mais vai engordar. Lembre-se: alimento é combustível. Você só precisa dele para manter seu corpo funcionando. O exemplo disso é que se você não colocar sal ou açúcar em seu alimento favorito, ele deixará de ser favorito. Não será gostoso. Você não comerá com prazer, comerá apenas para nutrir seu corpo. Logo, o sal e o açúcar – esses dois elementos que fazem tanto mal – são os culpados de buscarmos prazer em detrimento de nutrição.
Faça sua lista de leituras de livros para 2020 e compre logo os que você ainda não tem. Com grande de determinação, quem sabe, você consiga ler um por mês. Ou com pequena determinação ao menos um.
Quantas bibliotecas públicas há em sua cidade? Quantas delas você já visitou? Se ainda não visitou nenhuma, esta é uma boa oportunidade de começar a fazer isso. Visitar uma biblioteca e sentar-se para ler um capítulo inteiro de um livro de autor desconhecido, é uma experiência indescritível.
Eu desconfio logo de quem só tem gente bonita e bem sucedida como amigos nas redes sociais. Não basta não ser racista, não ser machista, não ser xenofóbico, não ser homofóbico… é preciso tirar um tempo para conviver com negros, índios, e LGBTs. A maioria de nós se diz não racista, mas não tem amigos negros nem mesmo em suas redes sociais; a maioria diz que concorda com igualdade de direitos, que é a favor das diferenças, que acredita que todos temos o direito de escolhermos ser aquilo que queremos ser, mas não tem convívio, sequer virtual, com membros dos povos originários, tampouco com LGBTs.
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