‘Precisamos entender que fazemos parte de um grande ecossistema’, disse Daniel Castanho, empresário por trás do ‘Não Demita!’ Para o empresário que também é o presidente do conselho e um dos fundadores do grupo Ânima Educação, organização educacional privada de ensino superior, as empresas e governantes que adotarem um pensamento “mesquinho” durante a crise deixarão de existir em um futuro próximo, no mundo pós-pandemia do coronavírus.

Podemos salvar vidas e os empregos

“Nossa maior responsabilidade, agora, é manter nosso quadro de funcionários. Até por uma questão da economia, temos que manter o isolamento social agora. Para mim não existe essa dicotomia. Se a gente não ficar em isolamento agora, vão acontecer as duas coisas. Vamos ter que ficar no isolamento durante quatro meses, e aí muitas pessoas vão morrer de coronavírus e muito mais pessoas vão morrer de fome’, defende Castanho, reforçando as medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para impedir que o novo coronavírus se espalhe mais rapidamente do que os hospitais brasileiros sejam capazes de atender.

 O momento é de pensar além do curto prazo

“Os empresários, as empresas, as pessoas, os líderes, os governantes que não tiverem uma visão holística não existirão no mundo pós-coronavírus”, afirma Castanho, sem citar nomes. Diz que os primeiros a aderirem ao “Não Demita!” foram os executivos Ricardo Lacerda, do banco de investimento do BR Partner, Rubens Menin, da MRV e Eugênio Mattar da Localiza. “Falamos no final de semana. Na segunda-feira acabei falando com diversos outros e no final do dia na segunda-feira já tinha mais de 20 empresas assinando, os três grandes bancos, Santander Bradesco e Itaú”, comemora.

Mais de mil empresas signatárias

Foi com esse discurso que, no fim de semana, Castanho angariou discretamente o apoio de empresários para o que se transformou em um manifesto: o “Não Demita!”. Nele, mais de 1 mil empresas signatárias firmaram o compromisso de que não demitirão nenhum funcionário até o final de maio. Até o momento, além do Ânima, que tem 118 mil estudantes nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina, Paraná, Bahia e Sergipe, o movimento já tem mais de mil empresas signatárias, como Accenture, Alpargatas, Boticário, Bradesco, BR Partners, BRF, BTG, Camil, C&A, Cosan, Itaú, JBS, Magalu, Microsoft, MRV, Natura, PwC, Renner, Salesforce, Santander, SEB, Suzano, Vivo, XP e WEG.

“Visto que a gente vai ter que ficar em isolamento, infelizmente teremos impacto econômico; o que as empresas podem fazer neste momento é não demitir”.

Este excerto foi extraído da BBC News Brasil, onde você pode encontrar a entrevista completa com Daniel Castanho






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