O pai ausente não é só o vazio físico de uma figura que não tivemos. Ás vezes, é também alguém que “mesmo estando” não soube ou não quis exercer o seu papel. É uma ausência psicológica capaz de criar feridas emocionais que levaremos uma vida inteira para sanar.
Todos têm um pai, um progenitor, é claro. No saber empírico de uma sociedade, o pai é a representação do protetor, do provedor, do que dá exemplos de como viver a vida moralmente correta e que impõe limites e estabelece as regras. Então o pai detém o poder, a ordem e progresso. Mesmo quem jamais conviveu com um pai, tem essa imaginação do que é um pai. Porque é isso que a história lhe revela empiricamente. Então, essa pessoa sempre esperará um dia ser esse pai para alguém, ou escolher esse pai para seus filhos.
Entretanto aqueles que experienciaram a vivência com um tipo o pai opressor, o pai abusivo, o pai que espanca a mãe, o pai alcoolista, o pai que abandona, o pai que despreza… com certeza terá sérios problemas de ordem psicoemocionais em sua vida adulta.
Há uma explicação bastante complexa na psicanálise para o preenchimento do Lugar do Pai em nossas vidas. Lugar esse – vazio – em nosso cérebro desde a nossa concepção e por isso as nossas dores psíquicas nascem conosco e é tão somente com a ajuda de profissionais que se dedicam ao conhecimento da mente humana, é que conseguimos encontrar em nós esse Lugar do Pai a fim de fazermos o tão necessário processo de “castração” que deveria ter ocorrido na infância e na maioria das vezes não acontece, porque o “Pai Empírico Social” não reconhece que é ele quem precisa romper esse laço tornando-se desnecessário aos filhos, ensinando-os, de modo amoroso e firme, a serem pessoas livres, detentoras de suas próprias vontades e consequências, pessoas independentes mental, emocional e financeiramente.
Este é o lugar do pai: tornar-se desnecessário. Bem como, este também é o lugar da mãe: torna-se desnecessária a cada dia. Por isso que a palavra Pai – tanto para as boas lembranças como para as más – nos faz chorar. Quem teve o privilégio de ter um pai que foi se fazendo desnecessário, chorará certamente de orgulho. Quem teve a infelicidade de ter e conviver com um pai déspota, chorará certamente por causa das dores psíquicas por causa do vazio deixado. Quem nunca conviveu com nenhum desses dois tipos de pais, chorará certamente, pela imaginação do que é ter um pai.
Você cresceu, paga suas contas, leva com orgulho a sua armadura inquebrável e sabe muito bem o que deve fazer atualmente para não cometer os mesmos erros que os seus pais cometeram com você. Contudo, o vazio do pai ausente continua ali, e não importa se ele já se foi, ou se no presente você continua se relacionando com ele, e nas reuniões família, você se cala e age como se o passado nunca tivesse existido.
Agora, isto justifica o que ele lhe causou? O vazio emocional que lhe deixou? Claro que não, mas a compreensão nos ajuda a nos adequar à realidade, a evitar armazenar mais emoções negativas. Contudo, sempre chega o momento em que deveríamos cortar o vínculo com o sofrimento de ontem, curar as feridas do pai ausente e ocupar o seu lugar. Para ocupar o lugar do pai, você precisará perdoar o seu passado, verbalizando em tom suficiente de voz que você está disposto a perdoar o seu passado, perdoar a sua infância ou adolescência sem a presença do pai. Perdoa. Depois verbalize que o lugar do pai ausente está preenchido de toda a benevolência que você puder oferecer aos outros; que o lugar do pai ausente estará preenchido por seu amor próprio e o cuidado consigo mesmo, com seus sonhos e as coisas que lhe dá alegria de viver. Verbalize. Jogue suas palavras ao universo e esqueça. Aos poucos se sentirá livre do desconforto causado pelo lugar do pai ausente.
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