A questão de herança genética da inteligência tem sido objeto de estudo há décadas, pesquisas mais recentes têm gerado novas perspectivas sobre o papel dos genes na determinação da inteligência.
A inteligência é a capacidade de alguém para lidar com a lógica, a abstração, a memorização, a compreensão, o autoconhecimento, a comunicação, o aprendizado, o controle emocional, o planejamento, a resolução de problemas, a perspicácia, a prudência, a sensatez, a espera… Sendo assim, todos nós somos temos inteligência. A diferença é que alguns a estimula um pouco mais que os outros.
A genética da mãe determina o quão inteligentes seus filhos são, segundo os pesquisadores , e o pai não faz diferença. As mulheres têm maior probabilidade de transmitir genes de inteligência aos seus filhos porque são transportados no cromossoma X e as mulheres têm dois deles, enquanto os homens têm apenas um.
Estudos de laboratório utilizando camundongos geneticamente modificados descobriram que aqueles com uma dose extra de genes maternos desenvolveram cabeças e cérebros maiores, mas tinham corpos menores. Aqueles com uma dose extra de genes paternos tinham cérebros pequenos e corpos maiores.
Preocupados com a possibilidade de as pessoas não serem como os ratos, os investigadores adaptaram uma abordagem mais humana para explorar a inteligência. Eles descobriram que as teorias extrapoladas de estudos com ratos se confirmam na realidade quando entrevistaram 12.686 jovens com idades entre 14 e 22 anos. Apesar de levar em conta vários fatores, desde a educação dos participantes até sua raça e status socioeconômico, a equipe ainda descobriu que o melhor preditor de inteligência era o QI da mãe.
Um estudo elaborado por um grupo de cientistas do Departamento de Antropologia da Universidade de Coimbra e publicado em The Wall Street Journal mostra que herdamos os genes da inteligência de nossas mães. O estudo fala sobre o papel da seleção sexual na evolução da inteligência humana. Em declarações, um dos especialista da equipe, Hamilton Correia, explicou que “contrariamente à teoria atual, segundo a qual a inteligência é determinada por cerca de uma centena de genes”, os cientistas de Coimbra descobriram que afinal “existem apenas um ou dois genes responsáveis pela inteligência de cada um dos indivíduos e estes genes proveem da mãe”.
“A semelhança do que já se tinha verificado nos estudos com ratos, também nos humanos são as mulheres que transmitem os genes da inteligência aos seus filhos”, explica Hamilton Correia, adiantando que “se tivermos uma mãe inteligente temos 80% de possibilidades de também sermos inteligentes”.
O investigador esclarece, porém, que este estudo não vem afirmar que as mulheres podem ser mais inteligentes que os homens ou vice-versa. Trata-se apenas de um fator genético tal qual a produção de espermatozoides x e y que são determinantes do sexo da criança e quem os têm é homem e não a mulher. A média de inteligência geral não é diferente entre os dois sexos, contudo em casos extremos, verificam-se mais no sexo masculino, ou seja, existem muito mais gênios e deficientes mentais no sexo masculino”.
Por conseguinte, e como explica Hamilton Correia, quando o gene da inteligência for mais pesquisado “muitos dos problemas associados a dificuldades cognitivas, como o insucesso escolar, poderão ser resolvidos”.
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