Nos últimos dias o caso do anestesista Giovanni Quintella, 32 anos, que foi preso em flagrante após filmagens mostrarem que havia abusado sexualmente de uma paciente durante cesariana no Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense. O caso foi divulgado por vários meios de comunicação.
A violência durou 10 minutos. Enquanto abusa da gestante, o anestesista tenta se movimentar pouco para que ninguém na sala perceba. Quando termina, ele pega um lenço de papel e limpa a vítima para esconder os vestígios do crime.
“As pacientes [do anestesista Giovanni] ficavam complemente fora de si. Quando eram cuidadas por outro anestesista, jamais ficavam dessa maneira”, disse uma funcionária do centro cirúrgico.
A polícia está investigando outras possíveis vítimas do anestesista que depois da reportagem, começaram a se manifestarem. Diante dessa terrível notícia, faz-se necessário refletir sobre a importância da doula durante a gestação até o termino do parto. Entenda:
Tradicionalmente, as mulheres são apoiadas por um acompanhante durante o parto, e há boas evidências de que isso beneficia tanto a mulher quanto o bebê, além de dar proteção psicoafetiva á mulher durante todo o processo do parto, não deixando-a sozinha em momento algum.
A Organização Mundial da Saúde recomenda o apoio contínuo e proteção às mulheres durante o parto. No entanto, em todo o mundo, as iniciativas que promovem as unidades de saúde como o local mais seguro para dar à luz não respeitam necessariamente essa tradição.
Mas agora temos novas evidências sobre as formas como as mulheres são apoiadas durante o parto por uma doula ou outro acompanhante de parto.
A pesquisa descobriu que acompanhantes de trabalho de parto (incluindo doulas, parceiros e familiares) apoiam as mulheres durante o parto fornecendo informações, defendendo as necessidades da mulher e fornecendo apoio prático e emocional.
É importante ressaltar que nossa pesquisa também indica que emparelhar uma mulher com uma doula da mesma origem étnica, linguística ou religiosa que ela pode ser uma maneira importante de melhorar a equidade e fornecer cuidados culturalmente responsivos.
A palavra “doula” vem de uma palavra grega que significa “serva da mulher”. Doulas são profissionais treinadas (não médicos) que fornecem suporte físico, emocional e informativo contínuo às mulheres antes, durante e após o parto, para facilitar a melhor experiência de parto possível.
As doulas geralmente se reúnem com uma mulher (e às vezes seu parceiro ou família) durante a gravidez para ajudá-la a se preparar para o parto, construir relacionamento, gerenciar expectativas e fornecer recursos baseados em evidências.
Quando uma mulher entra em trabalho de parto, ela alerta sua doula. A doula apoia a mulher durante todo o trabalho de parto e parto. Isso geralmente ocorre em uma clínica de parto ou hospital (algumas doulas também podem atender partos domiciliares).
Uma revisão Cochrane , publicada esta semana, reúne dados de 51 estudos em 22 países que analisam o apoio fornecido por acompanhantes de trabalho de parto, incluindo doulas.
Segundo a Agência senado, o Plenário aprovou, na quarta-feira (16/03/2022) o Projeto de Lei 3.946/2021, que traz as regras e requisitos para o exercício da profissão. O texto segue agora para a análise da Câmara dos Deputados. O projeto assegura a presença da doula nas maternidades, casas de parto e em outros estabelecimentos da rede pública ou privada, desde que solicitada pela grávida, durante o período de trabalho de parto, inclusive em caso de intercorrências e de aborto legal. É proibida a cobrança de qualquer taxa adicional pela presença da doula durante o período de trabalho de parto.
A senadora Eliziane Gama acatou sugestão da Federação Nacional de Doulas do Brasil para deixar claro que a presença desse tipo de profissional é assegurada em qualquer tipo de parto e para incluir as doulas nas equipes de atenção básica à saúde. Para exercer a profissão, é preciso ter diploma de ensino médio oficial e qualificação profissional específica em doulagem. A relatora acrescentou ao texto a exigência de que os cursos tenham pelo menos 120 horas de duração.
Enquanto o Projeto de Lei percorra o trajeto burocrático até que chegue a ser um direito oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é possível contratar uma doula que oferece assistência particular. Clique aqui para encontrar uma doula em sua cidade.
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