Maria Montessori (1870-1952) foi uma pedagoga, pesquisadora e médica italiana. Ela é a criadora do “Método Montessori”, um sistema educacional baseado na formação integral da criança, ou seja, no desenvolvimento mental, cognitivo, social, cultural e psicoafetivo. Seu lema era: “Educar para à Vida” e ela publicou vários livros as bases filosóficas de suas teorias pedagógicas, entre eles, “Educação Para um Novo Mundo” (1946); “Para Educar o Potencial Humano” (1948) e “A Mente Absorvente” (1949), que aborda a educação de crianças menores de três anos.
A educação Montessori é, portanto, um método pedagógico que visa desenvolver todo o potencial das crianças através de um ambiente de aprendizagem gratuito e estimulante. Baseia-se nos princípios de respeito, ambiente preparado, concentração, colaboração, respeito à natureza e independência.
Mesmo que os tempos hoje são outros, o lema de educar para à vida, para autonomia, para sobrevoar o mundo a partir de suas próprias percepções e ações, ainda é o mais recomendado por especialistas no mundo todo:
“A educação deve se configurar não tanto como um ensino tradicional, mas sim como um auxílio à vida e apoio à criança em todas as suas expressões. A criança só se revela, em sua plenitude, quando lhe é deixada livre para se expressar, e não quando é coagida por algum esquema educativo ou por uma disciplina puramente externa”, dizia Montessori.
Torna-se assim importante dar às criança a confiança necessária para que ela expresse as suas potencialidades, deixá-la descobrir a natureza, a vida, sem medo. É necessário acreditar nas criança e incentivá-la a construir a sua autonomia, por conta própria. Não se deve fazer pela criança o que ela sente que pode, e deve, fazer sozinha. Desta forma, é possível lhe ajudar desenvolver uma boa autoestima e autoconfiança.
Sim, eduque para a independência. Ir se tornando desnecessária à medida que a criança avança em seu processo integral de desenvolvimento é a maior e mais difícil missão na arte de ‘construir filhos’.
Segundo Montessori, a pessoa que coloca a comida na boca do filho sem se esforçar para lhe ensinar a segurar a colher, não o está educando. Está o fragilizando para lança-lo num mundo onde os fragilizados sofrem terrivelmente. Ensiná-lo a comer sozinho, a se lavar sozinho, a se vestir sozinho é uma tarefa muito mais difícil do que fazer tudo isso por ele, é verdade. Entretanto, se você não se empenhar a ensiná-lo a viver, terá que sustentá-lo a vida toda, não apenas financeiramente, mas cognitiva e emocionalmente.
Talvez seja isso que pais super protetores desejem, um filho eterno. Alguém com quem eles possam cuidar para sempre, pois enquanto fazem isso, não precisam olhar para si mesmos; não precisam se tornar outra coisa senão “a mãe” ou “o pai”. Talvez, essa mãe/pai possa acreditar que isso acontece porque o seu amor é imenso. Todavia, amar de verdade é deixar livre. Um ser livre é alguém que sabe quem se é, que tem voz, desejos, sentimentos, conquistas, frustrações, alegrias e tristezas que são consequências de suas próprias escolhas e não de outra pessoa.
Por isso, é fundamental que os pais entendam que as crianças devem dar os seus próprios passos, alcançar os seus objetivos, superar seus medos, alcançar seus objetivos passo a passo. Para não bloquear o potencial da criança, é preciso educá-la a seguir as suas pequenas vitórias, lhe mostrando como pode ser bonito fazer as coisas sozinha. Este princípio de Montessori também inclui o conceito de não educar com recompensas e tampouco com punições.
a confiança é a base de todo relacionamento, inclusive com os filhos. A base do método Montessori é a confiança nas crianças, devemos aprender a “deixar acontecer” e não excluí-las por pensarmos que não são capazes de fazer algo. Experimente lhe atribuir tarefas a partir das atividades diárias, como pôr a mesa ou arrumar a cama, e eles ficarão muito satisfeitos por terem conseguido realizá-las sozinhos.
De acordo com Montessori, “a criança é como um viajante que observa coisas novas e tenta compreender a linguagem desconhecida de quem a rodeia”. Nós, adultos, devemos guiar, auxiliar, ensinar e propiciar oportunidades e ambientes favoráveis para que a criança. Devemos observar muito e intervir pouco. Observar o que elas fazem, vigie-las cuidadosamente, mas as deixando livres, apenas as orientando a entender como se autorregular.
A criança procura em todos os lugares estímulos para o seu crescimento intelectual e físico. Por isso, o ambiente onde ela passa a maior parte do seu tempo, e onde pretende construir a sua educação, deve ser estruturado tendo em conta as suas necessidades, de modo confortável e acessível. Desta forma, a criança se sentirá segura para experimentar e refinar seu potencial e isso promoverá seu crescimento intelectual. Então é preciso organizar o espaço de aprendizado da criança em casa quando for lhe ensinar as tarefas da casa.
E não lhe dê recompensas por recolher os brinquedos ou dobrar suas próprias roupas. Desde cedo, a criança precisa aprender que ajudar nas tarefas domésticas é obrigação de todos que moram na casa. Com bases nos estudos de Montessori, a psicopedagoga Milene Mussucato, criou uma tabela de tarefas, por idade, que a criança pode fazer. Veja a tabela aqui
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