O médico Drauzio Varella em entrevista ao Em Ponto, da GloboNews afirma que o Brasil vive “um acúmulo de erros que tem repetido no decorrer da pandemia”. Ele ressaltou que nós não nos preparamos adequadamente para a chegada do vírus aqui, uma vez que era certo que ele chegaria depois da epidemia na Itália, mesmo porque foi a Itália que abriu os olhos do mundo expondo a gravidade do vírus.
Flexibilização: “Na verdade, se for for analisar do ponto de vista científico, você não vai encontrar um epidemiologista, digno desse nome, que diga que está na hora de abrir o comercio. O país está tendo mil mortes por dia e acham que está tudo bem, que as pessoas podem ir pra rua”. (Nesse ponto, ele comenta que os comerciantes pressionam os prefeitos e os governadores, porque eles também não tem condições de se manterem com as portas fechadas por mais tempo. Por isso o isolamento deveria ter sido muito rápido, mas total, abrangente, chegando ao nível de 60/70% no início).
Isolamento social: “O problema do isolamento qual é? De cara ele não pode ser muito prolongado, mas tem que ser um isolamento pra valer. E nós nunca tivemos isso. As ruas hoje estão cheias de gente. E muitos tem que sair. (…) E aí não tem segredo, quando mais gente na rua, mais disseminação do vírus, mais mortes pela doença”.
Acerca das pessoas que precisam sair, o médico disse que um estudo revelou que 60% das famílias que vivem em periferias não têm recurso para mais de uma semana e esse recurso se diz respeito à alimentos, então essas pessoas não tem condições para manter o isolamento social, elas têm que sobreviver.
O uso da máscara: “Não usar máscara na rua é um absurdo. Eu fico olhando para essas pessoas e pensando o que leva um cidadão andar sem máscara. Que estupidez do comportamento humano é esse? Uma pessoa no auge de uma epidemia, morrendo gente, se negar a colocar a máscara”.
É um vírus que, ao mesmo tempo, deixa uma pessoa assintomática, provoca a morte de outra
Em relação as pessoas que levam a sério a pandemia e as medidas preventivas, dr. Drauzio, disse que doenças provocadas nas epidemias costumam ser as mesmas para todas as pessoas que adquirem o micro-organismo. Por exemplo, “a AIDS tem o mesmo comportamento para quem pega o vírus; mesmo a gripe, ou a epidemia de meningite nos anos 1970”. Ele afirma que já vivenciou várias epidemias, mas nunca viu uma com as características do coronavírus que provoca uma grande variedade de quadros clínicos. “Dos que contraem o vírus, 40% não sentem coisa alguma, 40% tem sintomas gripais, que podem ser leves, moderados ou graves, mas essas pessoas se curam sozinhas; 20% de casos mais graves que precisarão ser hospitalizados e desses, alguns vão morrer. Então é um vírus que ao mesmo tempo deixa uma pessoa assintomática completamente, provoca a morte de outra”.
“Nós não temos consciência de que se eu for para rua estou fazendo mal para a sociedade, que eu vou manter por mais tempo esse vírus em circulação e vou espalhar o vírus também, porque pode ser que eu seja um portador assintomático, e vou espalhar o vírus sem saber, vou espalhar o vírus para minha família. Então eu vejo essas pessoas sem máscara na rua, andando, penso ‘pô, bonito o que o cara faz, que belo papel, né? Ele acha que não vai ter nada. Primeiro, ser jovem não é segurança, morre gente jovem sim. Segundo lugar, ele vai expor os seus familiares, vai expor as pessoas vulneráveis da sociedade”.
O médico trouxe a reflexão de que a volta ás aulas implica em fatores relevantes de observação: não pode transportar por telepatia uma criança para escola, ela precisará ser levada, e quem a levar, ou ela terá de usar um transporte coletivo para ir e voltar da escola. Ele enfatizou que as crianças pelo que parece se infectam menos que os adultos, mas ela podem transmitir o vírus. Em suma, ele disse: “Essa epidemia não tem conversa, é um vírus altamente contagioso. Começou na China em dezembro, em fevereiro estava aqui. Deu a volta no mundo em três meses. O que é isso? É um vírus altamente contagioso. Se você se expõe, você se infecta com vírus. Quanto mais gente se expõe, mais gente se infecta, mais tempo dura a epidemia”.
As vacinas
Sobre as vacinas, o doutor Drauzio disse que na história das vacinas, é preciso anos de pesquisa para se desenvolver uma realmente eficaz. Ele reflete que é preciso termos certeza da eficacia da vacina, se não tomaremos uma vacina que de fato não funciona e, achando que estamos imune, ficaremos expostos. E para ter certeza se a vacina causará imunidade, é preciso testar em humanos e esperar o resultado, e isso leva tempo. Assista a entrevista completa aqui.
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925/2017), autor de mais de trinta obras publicadas no Brasil,…
Neste 20 de novembro de 2024 é a primeira vez em que esta dada é…
Qual é o lugar que a população negra ocupa no Brasil de hoje depois de…
Geneticamente falando, a cor da pele difere entre clara, escura, muito clara, muito escura. Enfim,…
A fibromialgia é uma síndrome crônica caracterizada por dor musculoesquelética generalizada, fadiga, sono não reparador…
Julia Roberts, atriz, ganhadora de um Oscar e três Globos de Ouro, em uma entrevista…