Em entrevista às jornalistas da CNN Daniela Lima, Mari Palma, Thaís Herédia e Gabriela Prioli, o filósofo e historiador Leandro Karnal analisou como será a vida depois que o surto da COVID-19 for controlado. A entrevista fez parte do programa especial “O Mundo Pós Pandemia”. Confira os destaques:
“Na tradição histórica, depois de um período de recolhimento e morte, há uma grande explosão de vida. É o caso do Renascimento após a Peste Negra. Depois da Revolução Francesa, a moda em Paris se tornou muito extravagante e internacionalmente famosa. Haverá uma tendência a uma explosão de sociabilidade em um primeiro momento”.
“A tendência histórica é uma grande alegria e felicidade após epidemias e guerras, como os anos 20, o jazz, O Grande Gatsby, o romance simbolo da década de 20, então tudo isso é tradicional”.
Segundo o filósofo, três fatores aceleram a história: guerra, revolução e epidemia. “O primeiro fator de uma epidemia, guerra ou revolução é acelerar processos que já estavam em curso. Essa é uma mudança irreversível. Nós estamos vendo a história mudar tão rapidamente que, há três meses, se alguém visse como vi hoje tantas pessoas entrarem de máscara no prédio, seriam detidas por tentativa de assalto. Hoje, quem não está de máscara é visto como infrator”, disse.
Ele lembra que a COVID-19 não escolhe vítima e os seres humanos tendem a tentar dar um significado para a doença “O vírus é um dado objetivo da natureza: gente otimista, pessimista, de esquerda e de direita contraem vírus. A tentativa de dar sentido ao vírus é inteiramente nossa. O vírus vai contaminar quem ele tentar atingir e estiver com a resistência baixa”.
Um dos setores da sociedade impactados é o educacional, afirma. “A tendência à escola perder o fetiche da presença já estava marcada. Mas ela continua precisando de bons professores, que preparem bons materiais e desenvolvam uma habilidade a que não foram treinados, como virarem youtubers”.
No caso do Brasil, as famílias encaram de maneira diferente a pandemia, de acordo com o poder aquisitivo. “Não existe uma elite brasileira, existem várias elites. Aqui, o que a epidemia trouxe à tona, de forma cristalina, é uma desigualdade tão brutal, evidente, que até para a morte somos distintos. As classes média e alta envolvem um debate sobre como lidar com o tédio e com as crianças em casa. A classe mais baixa pensa em sobreviver e o risco de perder o emprego. Somos um país que já estava imerso na informalidade, e ela foi atingida como um raio pela epidemia”, diz o historiador.
Por fim, Karnal aconselha. “Seja feliz, não espere o futuro, não dá para acreditar que a felicidade será sempre adiada para um próximo momento”.
Confira a entrevista na íntegra no site da CNN.
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