Uma jovem de 27 anos foi indiciada por estelionato após raspar a cabeça para fingir que tinha câncer e aplicar golpes em Morrinhos, região sul de Goiás. A Polícia Civil disse que Camilla Maria Barbosa dos Santos fazia campanhas e rifas para arrecadar dinheiro, dizendo que era para pagar o tratamento. Segundo o delegado Fernando Contijo, nenhum exame apresentado por ela comprovou que ela tenha a doença. As informações são do g1.
A jovem afirmou à polícia que tem câncer de mama com metástase no intestino e pulmão e que fazia quimioterapia no Hospital Araújo Jorge. No entanto, ao delegado, a unidade de saúde disse que ela nunca foi paciente.
A Polícia Civil concluiu a investigação nesta quinta-feira (5), pela Delegacia de Morrinhos. O delegado contou que Camilla não foi presa, uma vez que a investigação não entende que existam requisitos para pedir uma prisão preventiva. A jovem deve responder, inicialmente, em liberdade.
Segundo o investigador, a mulher fala que é portadora de câncer de mama, com metástase no pulmão e intestino, para conseguir doações e dinheiro das vítimas, dizendo ser para financiar seu tratamento.
Após a investigações, a corporação decidiu indiciar a mulher por estelionato. A polícia divulgou a imagem e identificação da mulher devido a possibilidade do aparecimento de novas vítimas.
O delegado disse que pessoas que possam ter caído no golpe supostamente praticado por Camilla devem procurar qualquer delegacia de Polícia Civil. O delegado contou que ainda que várias vítimas compareceram à delegacia e relataram que ajudaram Camilla com dinheiro para que ela comprasse remédios e fizesse exames. No entanto, as vítimas disseram que começaram a desconfiar da veracidade da doença dela.
Em depoimento, a jovem disse à polícia que descobriu, após ter dengue, que seu câncer de mama já com metástase no intestino e pulmão retornou no começo de 2022. Ela afirmou ao delegado que começou tratamento no Hospital Araújo Jorge em julho daquele ano, onde disse ter feito sete sessões de quimioterapia. Ela contou ainda que, meses depois, o hospital havia perdido o prontuário médico dela e encerrado o tratamento, conforme o investigador.
A Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na casa da mulher e encontrou diversos documentos e exames, que foram apreendidos. O delegado afirmou que em nenhum dos exames foi possível constatar que Camilla tenha câncer. Ele disse ainda que a própria mulher afirma não ter qualquer laudo que comprove o diagnóstico.
O Hospital Araújo Jorge informou à Polícia Civil, em um documento, que Camilla nunca foi paciente da unidade. O hospital disse ainda que funcionários já viram a mulher várias vezes no local, onde foi flagrada tirando fotos em uma maca no Setor de Quimioterapia e usando cartão de identificação interno do hospital em nome de terceiros. Após essas situações se repetirem, os funcionários teriam começado a retirar a jovem do interior do hospital.
Veja a nota do hospital na íntegra:
“Com relação ao questionamento do G1, sobre suposta paciente oncológica da instituição, a Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG) esclarece que: Em busca do nome de C. M. B. S. em nosso sistema, nada foi encontrado, nem prontuário, tão pouco registros de procedimento. Além disso, não foi encontrada regulação via SUS, convênios ou entrada como paciente particular. Assim, o Hospital de Câncer Araújo Jorge esclarece que C. M. B. S. não é e nunca foi paciente da instituição. Informamos ainda que, mesmo com a grande demanda de pacientes, há 66 anos a Instituição se mantém engajada em cumprir sua missão, que é promover a assistência a quem precisa, ensino e pesquisa em cancerologia”.
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