Cultura

Meu Nome é Dolemite: a apaixonante história do comediante Rudy Ray

Disponível na Netflix,  Meu Nome é Dolemite, do original, Dolemite Is My Name, é um filme apaixonante pela entrega absoluta de seus personagens, num cenário onde ninguém mais os valorizaria. Repleto de diálogos inspirados e saborosíssimos, além de um punhado de grandes atuações, trata-se de um filme que faz rir muito, nesta ânsia em fazer com que as coisas aconteçam sem que haja o devido preparo para tanto. Esta é uma história de coração imenso, seja na construção da tão badalada trupe de cinema, ou mesmo no respeito ao seu público, por mais que tudo tenha iniciado na eterna busca – e necessidade – de dinheiro.

O diretor Craig Brewer, junto Eddie Murphy, nos apresenta a história de vida do comediante, músico, cantor, ator e produtor de filmes Rudy Ray Moore. Uma estrela para a comunidade negra na América dos anos 70. Logo após – depois de muita luta – , conseguir alcançar algum sucesso com seus álbuns cômicos interpretando o articulado cafetão Dolemite, que fazia rimas abarrotadas de profanidades, palavrões e ofensas, o empreendedor Moore almejava mais, muito mais. Agora, queria brilhar nas grandes telas do cinema pelo mundo todo, tornando-se um dos maiores símbolos do fenômeno de obras blaxploitation da década, servindo até como farol para a música negra americana.

Quem foi Rudy Ray Moore?

Nascido em 1927 no estado de Arkansas, Rudy Ray Moore nasceu para o estrelato. Ele foi ator, comediante, produtor e cantor. Começou tentando se tornar um cantor famoso, sem sucesso, até descobrir uma nova modalidade de comédia stand-up e, finalmente, alcançar a fama ao unir música e comédia, além de, futuramente, lançar o seu próprio filme.

Sobre o filme

A história traz um personagem ingênuo, mas extremamente ambicioso, que, mesmo ouvindo diversos “não” durante a vida, ele continua insistindo e resolvendo de maneira criativa, percorrendo a carreira de Rudy desde os primórdios até o auge do seu estrelato. É um relato um pouco longo, mas se observarmos o tanto que o filme precisa mostrar, acaba sendo curto e até ligeiramente corrido.

Os personagens são carismáticos, e o elenco é composto por atores com os quais já estamos relativamente familiarizados, como Eddie Murphy, Wesley Snipes, Snoop Dogg, Chris Rock etc.

O filme traz elementos interessantes, que não são voltados ao público branco, conversando muito sobre racismo e a dificuldade da população negra em ter a sua própria cultura transcrita para a tela, para o rádio. Tem uma cena muito forte em Rudy vai ao cinema com os amigos, uma comédia que dizem sem engraçada, e só tem eles quatro de negros naquela sala e são os únicos que não entendem a graça daquilo tudo, traçando um paralelo sobre as diferenças de público. Nos Estados Unidos, essas diferenças raciais sempre foram muito marcadas e a representatividade negra não tinha valor. Se nos dias atuais, com toda a informação e os movimentos que temos, ainda é difícil ver representatividade, imaginem naquela época.

Avaliado como ótimo por: Omelete; Adoro Cinema; Observatório do cinema UOL; Cosmo Nerd

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