Durante gerações, as mães receberam a mensagem de que manter os filhos pequenos por perto está errado. Disseram que a mãe que promove um laço emocional profundo com o filho o deixa fraco e dependente demais – um filhinho da mamãe que nunca será independente nem capaz de formar relacionamentos adultos saudáveis.
A mãe amorosa e bem-ajustada psicoemocionalmente é aquela que, aos poucos e com segurança, vai se fazendo desnecessária ao ensinar o filho autonomia, autorregulação, autocrítica, amor próprio, empatia, cooperação e altruísmo. Ensina-o a cuidar de si mesmo e de suas obrigações como membro efetivo de uma sociedade. Ela ensina ao filho os cuidados para com a saúde física, mental e social para que ele se torne um homem saudável em termos gerais.
De certa forma, apesar da revolução sobre o papel dos homens e das mulheres, a visão do relacionamento entre mãe e filho ficou parada no tempo. Mudamos drasticamente o modo de criar as filhas, estimulando-as a serem confiantes, praticarem esportes competitivos e terem ambições elevadas na educação e no campo profissional.
Quebramos estereótipos de gêneros e ensinamos as filha uma tarefa tradicionalmente masculina – como reconstruir o motor de um carro. Mas a mãe que faz algo comparável – como ensinar o filho a tricotar ou até estimulá-‑lo a falar mais sobre seus sentimentos – é vista com desprezo pela mesma sociedade.
Muitas ficam confusas e ansiosas ao criar meninos. Deveriam parar de beijar o filho pequeno ao deixá‑lo na escola? Se abraçar o filho de 10 anos que se machucou, vai transformá-lo num fracote? Se o filho adolescente chora no quarto, ela deveria entrar e consolá-lo, ou isso vai deixá-lo envergonhado?
Um estudo publicado na Biblioteca Nacional de Medicina (National Library of Medicine) mostrou que os filhos mais ligados às mães formavam laços de amizade mais fortes, eram menos deprimidos e ansiosos e tiravam notas melhores do que os colegas mais machões. Outro estudo verificou que meninos de 12 anos, ou menos, não muito ligados às mães, eram mais agressivos e hostis.
O estudo mostra uma conexão entre os comportamentos da mãe e do filho. As crianças que experimentaram uma resposta positiva da mãe durante o sofrimento eram menos propensas a desenvolver um estilo de apego pouco saudável mais tarde na vida. Por outro lado, se o comportamento da mãe for imprevisível ou severo, isso terá um impacto negativo nos relacionamentos futuros da criança . Portanto, os homens capazes de um apego saudável devem isso em grande parte às suas mães.
Faz tempo que se determinou que os adolescentes com boa comunicação com os pais têm maior probabilidade de resistir à pressão negativa dos colegas. Novas pesquisas mostram que a mãe tem mais influência no comportamento arriscado, não só em relação a álcool e drogas, mas também ao evitar o sexo precoce e desprotegido.
Os meninos precisam e querem uma ligação mais próxima e pedagógica com a mãe. Mas a pressão para que se desliguem começa em idade muito tenra, e aumenta a cada estágio, até que a mãe passe a acreditar de fato que o melhor é deixar o filho calado e deprimido resolver sozinho os problemas. Muitas mães rejeitam esse pensamento e se mantêm próximas dos filhos pequenos e vai preparando-os para viverem num mundo sem elas.
Fonte original do estudo: Biblioteca Nacional de Medicina (National Library of Medicine)
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