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Respeite os números, eles são pessoas com nomes e famílias

O diretor geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom, disse, em coletiva á imprensa, que problemas políticos são combustíveis para a pandemia. Pediu união nos países e no mundo, e principalmente que as vítimas da Covid 19 sejam consideradas como indivíduos e não números. Relatou ainda que desde a sua infância conhece a dor da perder um irmão, e que precisamos ter empatia para com todos que estão sofrendo.

A ciência existe para beneficiar a sociedade

O fenômeno da pós-verdade – esse momento que atravessamos no qual fatos objetivos têm menos influência na opinião pública do que crenças pessoais – é um sintoma extremo de uma crise de confiança na ciência. Muita gente não enxerga que a ciência existe para beneficiar a sociedade. Esse desencanto produz um terreno fértil para movimentos anticiência e teorias da conspiração (além de fomentar extremismos).

Os negacionistas não têm empatia com o sofrimento alheio

A pós-verdade, assim, não designa apenas o uso oportunista de fake news, sinaliza, acima de tudo, um ceticismo quanto aos benefícios das verdades comprovadas por pesquisas, estudos e evidências factuais usadas na argumentação científica… Isso explica o desprezo que certas pessoas têm com os números da Covid 19, revelados pelas mídias, e até mesmo com as famílias enlutadas, fazendo deboches virtuais, buzinaços e aglomerações em frente aos hospitais.

Diante disso, nem adianta tentar contradizer argumentos falsos exibindo fatos reais, o fanatismo das negações  é um tapa-olho muito eficiente. Assim, evidências e consensos científicos têm sido facilmente contestados com base em convicções pessoais, adorações a uma causa, a uma ideia, um credo, um deus, um salvador, uma ilusão.

Coisa alguma é menos cristã do que a falta de empatia

Dessa maneira, os negacionistas, não enxergam que nada neste mundo, por melhor que pareça, vale um fanatismo; que  nenhum mal é feito com maior convicção e sem remorsos do aquele feito em nome de um deus. Ignoram com isso, que coisa alguma é menos cristã do que a falta de empatia. Grandes exemplos nos deixou aquele que foi torturado até a morte, na ditadura evocada pela multidão: ‘crucifica Jesus e solte Barrabás’, um desses exemplos é a bondade de enxergar que um coração, mesmo partido pelo luto ainda bate e precisa ser acolhido.

Jesus nunca zombou daqueles que sofrem, tampouco desviou o olhar ou se apressou, fugindo, quando se deparava com o sofrimento alheio. Ele se aproximava das pessoas e olhava fixamente em seus olhos, e com benevolência, tomava nota de suas circunstâncias.

Ele sentia as dores dos que sofrem. Ele se irritava ao ver como as pessoas eram desamparadas. Ele se identificou tão fortemente com os oprimidos, que confundiu alguns de seus seguidores menos crédulos. As pessoas feridas sabiam que poderiam confiar em Jesus porque ele se importava com suas lutas. Ele era empático com elas. Mas, o que era o verdadeiro sentido da vida, a luta pela igualdade de direitos, para Jesus – há 2.000 anos atrás – está em desuso pela maioria de seus seguidores hoje.

Se Jesus estivesse conosco em tempos de pandemia, é certo, que Ele estaria consolando os que choram e lutando com os que lutam para acabar com o sofrimento dos que choram, independentemente de acreditar, ou não, nas mídias e nas ciências. Porque Jesus, sabe que a verdade está nos fatos. E para ver os fatos, basta abrir os olhos na direção dos que sofrem. Jesus, por certo, diria: respeite os números da Covid 19, eles têm nomes e famílias.  (Você pode acessar o mapa da disseminação do novo coronavírus, atualizado a cada duas horas, ao clicar aqui)

Da redação do Portal Raízes. Não acredite em nós, não acredite em ninguém. Investigue, tenha sua própria opinião a partir de suas muitas pesquisas teóricas e de campo. Aqui, aprendemos isso, praticando. Se você quiser começar pela história, aqui tem duas sugestões:

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As publicações do Portal Raízes são selecionadas com base no conhecimento empírico social e cientifico, e nos traços definidores da cultura e do comportamento psicossocial dos diferentes povos do mundo, especialmente os de língua portuguesa. Nossa missão é, acima de tudo, despertar o interesse e a reflexão sobre a fenomenologia social humana, bem como os seus conflitos interiores e exteriores. A marca Raízes Jornalismo Cultural foi fundada em maio de 2008 pelo jornalista Doracino Naves (17/01/1949 * 27/02/2017) e a romancista Clara Dawn.

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