Todos nós, ás vezes, nos sentimos cansados em todos os sentidos da vida: físico, mental, emocional. Nenhum lugar é bom o bastante, nenhum momento desperta uma felicidade capaz de amenizar o nosso vazio interior. E passamos a viver sorrindo por fora e com um sentimento de “sei lá o quê” por dentro. Nos sentimos cansados de pessoas também: das pegajosas, das falantes, das dissimuladas , das mentirosas, das chatas e até das boazinhas demais.
Segundo Norman Doidge, as autotransformações do cérebro nos fazem compreender como os sentimentos, o sexo – ou a falta dele, as frustrações, os relacionamentos, o aprendizado, os vícios, a cultura, as tecnologias, as vozes – ou o silêncio, as influências externas, a fenomenologia social… são capazes de deixar-nos cansados de tudo e de todos.
Norman Doidge destaca ainda que a automodificação, é a mesma que faz toda a bagunça entre discurso, ação e sentimentos, nos deixando vulneráveis e à mercê do cansaço integral; também é ela que provê avançados recursos capazes de ressignificar nossas vidas.
Ressignificar, segundo o dicionário online, é a ação de atribuir um novo significado a algo ou alguém. Lembra que falamos que no instante em que o cérebro faz o seu backup, ele não faz uma varredura nas coisas irrelevantes e ruins, ele coloca tudo dentro da caixinha e por isso que a gente fica confuso, sem ação e com tédio de todas as coisas e até das pessoas?
A primeira coisa que você deve pensar quando se encontrar exausta de tudo, é que se trata de uma fase. Uma fase que você precisará vivenciar com a responsabilidade de quem sabe que tudo na vida é cíclico. Vivenciar o ciclo sem ignorar cada fase, não fugir delas, sem anestesiar-se com o excesso de medicação, sem se depreciar, sem autopiedade ou vitimização. Vivenciar a dor com bravura até não doer mais. Dando um novo significado a cada fase desse processo mental doloroso. Vivenciar sem esperar a dor passar esperando, mas vivendo com a consciência de não se comparar com o outro – quando o outro se mostra mais resistente as dores e ao sofrimento do que você. Todos têm o seu “autoprazo” para agir ou desistir. E o fato de alguém ter infinitamente mais sofrimentos que você, não significa que os seus não sejam grandes sofrimentos para si.
Martin Seligman, em seu livro Otimismo Aprendido, sugere exercícios mentais para tornar o dia-a-dia positivo, vivaz e, especialmente, bem humorado: uma vez que também, o humor é o traço mais visível quando se trata de revelar se alguém está feliz ou não.
Os exercícios são baseados em ressignificar sentimentos, fatos, palavras e pensamentos, de forma que consigamos entender os acontecimentos de uma maneira menos auto-defletida, menos auto-punitiva e estigmatizante. São exercícios focados em aumentar e desenvolver a capacidade de resiliência e sobretudo da vontade de viver.
Um dos elementos chave da pessoa resiliente é a habilidade de desenvolver novas perspectivas para interpretar os acontecimentos negativos e dar a eles um novo significado ou sentido.
Primeiro: silêncio e solidão, afim de fazer a varredura nos assuntos e sentimentos irrelevantes. Nesse exercício é permitido expor e verbalizar o que pensa e sente – fale consigo mesmo – com o Seu Poder Superior – diga tudo, chore e até xingue se sentir vontade, mas depois siga para o exercício seguinte. Não se deve jamais estacionar nesse primeiro exercício, lembre-se, é uma fase a ser vivenciada com responsabilidade.
Segundo: exaustão física e água. Isso mesmo, tome muita água e permita que o seu corpo alcance uma especie de exaustão: caminhar rápido, correr, malhar, lutar, dançar… não importa, a exaustão física e a hidratação – unidas assim – são fontes incontestes de saúdes físicas, mentais e emocionais – por várias razões químicas/físicas que não focaremos neste artigo.
Terceiro: a prática diária da serenidade e do pensamento positivo em relação a si mesmo. Na medida em que focamos mais nas avaliações positivas das situações podemos perceber e sentir que temos algum controle sobre nós e nossa resiliência aumenta. Portanto, mesmo se o seu estilo hoje é ser um pensador pessimista, sugiro a prática da serenidade como uma habilidade para um estilo vida otimista, tolerante, vivaz e energético. Relembrando sempre da transitória circunstancial dos momentos e da automodificação de seu cérebro.
Este texto é de autoria da escritora, psicopedagoga e psicanalista Clara Dawn. É proibida a reprodução parcial, ou total, sem sua prévia autorização.(Lei Nº 9.610 de 19 de fevereiro de 1998).
Neste 20 de novembro de 2024 é a primeira vez em que esta dada é…
Qual é o lugar que a população negra ocupa no Brasil de hoje depois de…
Geneticamente falando, a cor da pele difere entre clara, escura, muito clara, muito escura. Enfim,…
A fibromialgia é uma síndrome crônica caracterizada por dor musculoesquelética generalizada, fadiga, sono não reparador…
Julia Roberts, atriz, ganhadora de um Oscar e três Globos de Ouro, em uma entrevista…
A luta das mulheres por equidade de direitos é uma constante na história mundial, refletindo…