Incertezas, desesperança, crises de ansiedade… Estamos de fato doentes física, mental e emocionalmente, ou é só o estresse cíclico da pandemia? É importante observar o contexto universal que estamos vivenciando. É claro que a pandemia do novo coronavírus nos atingiu direta ou indiretamente, corroborando com a precariedade de nossa saúde de modo integral. A primeira coisa que devemos nos atentar é que a pandemia não durará para sempre, é uma fase grande e ruim, mas ela passará. Devemos cuidar de nossa saúde para que possamos passar por essa crise, da melhor maneira possível.
Nos últimos dias, vimos a notícia de que o influencer Biel Vaz após vivenciar uma grave crise de ansiedade, perdeu a memória dos últimos dez anos de sua vida. Com base nesse episódio, meditamos sobre o quão grave é a ansiedade e como diferenciar a ansiedade normal da paralógica. Estamos de fato doentes física, mental e emocionalmente, ou é só o estresse cíclico da pandemia?
A American Psychological Association (APA) define ansiedade como “uma emoção caracterizada por sentimentos de tensão, pensamentos preocupados e mudanças físicas como aumento da pressão arterial”. Algumas pessoas vivenciam esta reação de forma mais frequente e intensa, que pode ser considerada patológica e comprometer a saúde integral. Saber a diferença entre sentimentos normais de ansiedade e um transtorno de ansiedade que requer atenção médica pode ajudar uma pessoa a identificar e tratar a doença.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, em 16 países, o Brasil é o que mais tem pessoas que sofrem com ansiedade por causa da pandemia (41%). O segundo lugar é ocupado pelo México (35%) e o terceiro lugar pela Rússia (32%). Os respondentes disseram que os principais motivos que causam a ansiedade são a preocupação com o uso de máscaras, a higienização correta das mãos e dos objetos, a insônia, ter que sair de casa conquanto a curva ainda seja crescente, e o medo do futuro. A pesquisa mostra ainda que 68% dos brasileiros estão com receio de voltar ás aulas e ao trabalho.
A ansiedade normal é aquela sensação que ocorre com um motivo evidente: a vida cotidiana, especialmente nesses tempos de Síndrome do Pensamento Acerelado, onde o meio em si, a a rotina em si, o trabalho, a convivência com o outro, ou um problema inesperado acontece. Essa ansiedade geralmente se passa mais na esfera psíquica que na corporal. E pode até ser considerada boa, pois ela nos livra dos ostracismo físico e da inercia psicológica. Nos alavanca a projetar, criar, avançar, resolver, lutar… Quando uma pessoa enfrenta gatilhos potencialmente prejudiciais ou preocupantes, os sentimentos de ansiedade não são apenas normais, mas necessários para a sobrevivência. Outrossim, a ansiedade normal não chega a comprometer as atividades e funções fisiológicas do indivíduo, o que pode acontecer quando se desenvolve a ansiedade patológica.
A ansiedade anormal é multifacetada e traz consigo desconfortos tão particulares que só mesmo quem o sente pode dizer o quanto são ruins. A ansiedade patológica parece imotivada: ocorre sem nenhum estímulo aparente, entretanto é mais fácil descrever os sintomas, pois estes, que surgem de um sofrimento psíquico, se apresentam na saúde física, provocando:
Sensação de aperto no peito; suor; tremor; fala com gagueira; “respiração curta”; fala entrecortada ou ausente; tensão muscular excessiva; vermelhidão na face; medos exagerados; perfeccionismo; alteração do sono; medos irracionais; autoconsciência exagerada acerca de sua realidade; lembranças ruins; insônia; roer unhas e dores inespecíficas. Três medos são praticamente constantes na ansiedade patológica, nenhum dos quais em geral se concretiza: Medo da loucura, de optar pelo autoextermínio e/ou de estar com alguma doença grave.
Muitos confundem os sintomas da ansiedade com os da depressão, mas ansiedade e depressão são a mesma coisa. São distintas, tanto nas suas causas como em suas manifestações clínicas e no seu tratamento.
As formas clínicas de apresentação da ansiedade, são:
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O ataque cardíaco acontece quando as artérias que irrigam o coração sofrem algum problema, como o entupimento, e são impedidas de levar sangue até o músculo, que começa a morrer. A dor intensa no tórax é consequência dessa ação. Essa pressão forte no peito desencadeia, logo em seguida, dores nos ombros, nos braços, no queixo e no abdômen. A sensação se diferencia dos ataques de pânico no sentido de ser uma pressão mais profunda e associada a outras dores físicas. Além disso, é possível que essa dor se estenda por até 20 minutos.
Para quem passa por ataques constantes ou convive com pessoas que têm episódios de crise, é fundamental conhecer formas de aliviar os sintomas para se acalmar. Como a situação é assustadora, o termo que precisa ser considerado imediatamente é ‘se obrigar’ a fazer algo por mesmo:
1. Se obrigue a se desviar dos sintomas: a dor no peito começa a parecer como um infarto e isso vai gerando ainda mais medo, acelerando o coração e aumentando o impacto. É fundamental desviar a atenção dos sintomas e focar em uma atividade específica, como o controle da respiração.
2. Se obrigue a respirar corretamente: segure a respiração por três segundos e expire pela boca lentamente. Você deve sentir o abdômen subindo e descendo. Mantenha esse ritmo de respiração até sentir relaxamento muscular e clareza de pensamento.
3. Se obrigue a relaxar os músculos: a contração muscular traz mais dores e desconforto, intensificando a sensação de aperto no coração. Depois que a respiração estiver controlada, procure iniciar o processo de relaxamento muscular. Volte a sua atenção para os músculos, relaxando um por vez a partir da expiração. Comece com a cabeça e o pescoço e passe para as áreas mais afetadas pelo estresse, como o maxilar, boca, nuca e ombros.
4. Se obrigue a distrair sua mente: se estiver sozinho se obrigue contar de 1 a 10 repetidas vezes em voz alta, ou cante uma música, conte uma história , faça uma listas de livros, de compras, de pensamentos… É importante compreender que você precisa se obrigar a executar uma atividade mental, para que se distanciar do problemas.
5. Se obrigue a usar e abusar das artes: música, poesia, dança, pintura, canto e etc: as artes não podem curar nossas dores psíquicas, emocionais e físicas, mas elas nos transporta para um lugar onde não há sofrimentos, nem dores.
Se você tem observado os sintomas e acredita que está tendo crises graves de ansiedade, procure ajuda especializada. Procure um psicólogo. Somente o psicólogo poderá, mediante psicoterapia, dizer se você está ou não com ansiedade patológica ou outro transtorno mental. Se o psicólogo considerar necessário a interferência de um psiquiatra, ele vai lhe encaminhar para um e tão somente o psiquiatra poderá lhe receitar remédios antidepressivos.
Fazer nada, é a pior coisa que você pode fazer por si mesmo. Faça análise, terapia, meditação e o escambau, mas faça alguma coisa. As pessoas vão dizer que você piorou muito depois que começou a fazer análise. Sim, porque a análise não é para que você fique ‘melhor’ para os outros. É para que você fique melhor para si mesmo. Ainda que isso, muitas vezes, signifique ficar ‘pior’ para os outros.
Este texto é de autoria da escritora, psicopedagoga e psicanalista Clara Dawn – Exclusivo para o Portal Raízes. É proibida a reprodução parcial, ou total, sem a nossa prévia autorização.
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