O pediatra Daniel Becker, em sua rede social, fez a seguinte postagem: “Filhos vêm com manual, sim. Mas para ler é preciso conviver, interagir, olhar nos olhos deles. Com a convivência vem a intimidade. Com a intimidade vem uma relação que flui, onde antecipamos desejos e necessidades, onde nos comunicamos com um olhar, um gesto, onde todos nos sentimos ‘em casa’. Onde exercemos a autoridade com serenidade. Com a intimidade é muito mais fácil educar. E tão mais divertido. Sem ela, nossos filhos nos parecem estranhos, e não sabemos lidar com eles, com suas questões, seus desejos, suas dificuldades. E tendemos a partir para a permissividade excessiva ou o autoritarismo violento”. Diante da reflexão do médico, elaboramos uma proposta de como desenvolver intimidade emocional com os filhos desde á infância. Confira:
“Convivência e intimidade são duas coisas completamente diferentes. O que nossos filhos mais se lembrarão sobre sua infância quando crescerem são duas coisas: quanto amor existia em casa e quanto tempo de intimidade emocional você passava com eles ”, disse o médico pesquisador da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, Richard Swenson.
Quando alguém começa um relacionamento e nele incluí filhos, pensa assim: ‘Eu quero viver minha vida sem arrependimentos, especialmente sem arrependimentos relacionais. Investir no coração de minha parceira e os meus filhos devem ser a minha prioridade número um’. Dessa maneira, o que esse alguém deseja é conseguir manter o equilíbrio entre as responsabilidades civis e os relacionamentos íntimos.
Entretanto, existem muitas coisas que podem nos distrair de construir relacionamentos íntimos emocionalmente com nossos filhos. Richard Swenson observa: “É o ritmo de vida que destrói e descarrila a vida a partir do coração”. Então ficamos tão cansados que achamos que merecemos fazer do nosso tempo livre apenas descanso em detrimento de também vivenciarmos os laços emocionais com nossos filhos. Por isso, entregamos nossos filhos a entretenimentos estúpidos e solitários, porque estamos exaustos demais para investir em seus corações.
Investir tempo para construir intimidade exige que nos desconectemos das distrações, sejam elas quais forem. No instante em que você decide deixar de lado as preocupações e distrações da vida adulta para tão somente cultivar a intimidade emocional com seus filhos por meio de algo tão simples como o contato visual, as coisas podem melhor muito na relação pais e filhos.
Olhar nossos filhos diretamente em seus olhos quando falam conosco, transmite muito a eles sobre o valor que eles têm para nós. Nossos filhos sabem quando estamos realmente ouvindo. Já ouvi dizer que a atenção concentrada é mais poderosa do que palavras de elogio. Jesus era um mestre em “ver as pessoas”. Ver alguém é “olhar direto e sua alma”. Eu nunca consigo uma imagem de Cristo grunhindo “urum-urum” enquanto as pessoas falavam com ele.
A intimidade emocional com filhos requer entrar no mundo deles, lhes olhar nos olhos, validar suas emoções, pensamentos, palavras e sentimentos. Uma maneira de fazer isso com nossos filhos, é lhes fazer perguntas que possam nos dar um bilhete de entrada em seus corações. Considere perguntar o seguinte:
Outra porta de entrada para a intimidade emocional com os filho, é o planejamento do “Dia da Expressividade”. Planeje um dia em sua programação mensal para que todos possam expressar suas emoções, pensamentos e sentimentos, para que possam expressar o quanto você valoriza cada um de seus filhos. Quando reorganizamos horários de trabalho, horários de jogo, do churrasco…. ou dessa incrível oportunidades para atender melhor às necessidades de nossa família, nossos filhos se sentem valorizados, respeitados, amados. Há muitas coisas maravilhosas às quais dissemos “não”, no nosso dia-a-dia conturbado, e uma delas é a construção de memórias afetivas. Quão bonito é olhar para trás e termos memórias afetivas com nossos pais.
Relacionamentos íntimos não acontecem simplesmente. Não pense que um belo dia você acordará e sentirá um desejo incontrolável de estabelecer intimidade afetiva com seus filhos e pronto, isso acontecerá. Não mesmo. As relações de intimidade emocional com os filhos não são sentimentos, são práticas intencionais que farão que seus filhos tenham uma segurança emocional de que contarão para o resto de suas vidas. Pense nisso, pois há uma paz na vida que vem de não termos arrependimentos. Vamos calcular o custo e investir primeiro em nossas famílias. O mundo vai esperar.
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