Estima-se que quase um terço da população brasileira sofra de esteatose hepática não alcoólica – popularmente conhecida como gordura no fígado. Esse problema pode desencadear doenças graves como cirrose e câncer.
De acordo com artigo publicado na coluna Saúde da revista Veja, o fígado pode ser castigado por anos a fio sem dar sinais. Entre as causas mais comuns desse sofrimento calado desponta um mal cujo nome científico não reflete sua popularidade na barriga das pessoas: a esteatose hepática não alcoólica.
A designação soa estranha, mas dissecá-la ajuda a entender: “esteato” indica sebo ou gordura, e o sufixo “ose” costuma se referir a doenças. Sendo direto e reto, é gordura no fígado. Ao ficar mais rechonchudo, esse órgão passa a sediar uma inflamação, que, aos poucos, debilita suas atividades e pode terminar em uma cirrose. Pois é, como a terminologia entrega, não é só o abuso de bebida alcoólica que é capaz de levar o fígado à falência. Estima-se que a esteatose acometa entre 25 e 30% da população adulta no planeta — percentual em ascensão, diga-se. “É uma epidemia silenciosa”, afirma a hepatologista Bianca Della Guardia, da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, em São Paulo.
É normal ter um pouco de gordura neste órgão, mas quando mais de 5 a 10% dele é composto de gordura o quadro deve ser tratado.Por sorte, o quadro é reversível com as mudanças de estilo de vida indicadas por seu médico. Os quadros de gordura no fígado são divididos de acordo com suas causas:
Esteatose hepática alcoólica: Como o nome diz, a esteatose hepática alcoólica se desenvolve em pessoas que bebem com muita frequência, principalmente pessoas que sofrem com alcoolismo.
Esteatose hepática não alcoólica: Gordura no fígado de causas não alcoólicas pode ocorrer por diversos quadros, tais como sobrepeso e obesidade; Hepatites virais (como a hepatite B e a hepatite C); Diabetes; Resistência à insulina; Triglicérides alto; Colesterol alto; Perda ou ganho muito rápidos de peso; Uso de medicamentos como corticoides, estrógeno, amiodarona, antirretrovirais, diltiazen e tamoxifeno; Pessoas com inflamações crônicas do fígado devido a outras doenças.
No entanto, o excesso de peso é hoje uma das maiores causas do problema. Para se ter uma ideia, 60% das pessoas que sofrem com gordura no fígado são obesas.
Mulheres parecem ser mais propensas a desenvolverem excesso de gordura no fígado, uma vez que o hormônio estrógeno, produzido naturalmente pelo corpo feminino, facilita o acúmulo de gordura. Pessoas de ascendência oriental ou hispânica também parecem ter uma maior propensão ao quadro, ao contrário dos descendentes de africanos. Outros fatores de risco são: Síndrome do ovário policístico; Hipotireoidismo; Síndrome metabólica; Apneia do sono; Acúmulo de gordura abdominal.
Normalmente a gordura no fígado se acumula sem causar sintomas físicos. Ela pode ser detectada em exames de ultrassonografia do abdômen, nos quais será possível notar um fígado aumentado. Conforme o quadro evolui é possível sentir sintomas como, fadiga e dor na parte superior direito do abdômen, confusão mental, fezes sem cor, alterações do sono, tremores. Se não tratada ou controlada, a esteatose hepática pode gerar uma inflamação, também chamada de esteatoepatite, que leva a morte celular e um processo de fibrose (cicatrização). Com o passar dos anos, a condição pode progredir para cirrose hepática e também pode resultar em câncer de fígado. Em situações mais graves, o transplante é necessário.
Buscando ajuda médica: o ideal é fazer o diagnóstico precoce da esteatose hepática, pessoas com fatores de risco (principalmente excesso de peso) devem fazer consultas médicas periódicas para avaliar a necessidade de monitorar a quantidade de gordura no fígado. O especialistas que podem diagnosticar a gordura no fígado são: Clínico geral; Gastroenterologista; Hepatologista.
Observação importante: Este artigo é apenas informativo e não substitui de maneira alguma uma consulta com um especialista.
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