Anne Frank nasceu em 12 de junho de 1929 na cidade alemã de Frankfurt. Teve uma irmã, Margot, cerca de três anos mais velha. A situação na Alemanha não era a melhor: havia poucos empregos e muita pobreza. Nesse cenário, Adolf Hitler e seu partido, que culpava os judeus pelos problemas do país, ganharam força e muitos adeptos. Por causa desse ódio aos judeus e da má situação do país, os pais de Anne, Otto e Edith Frank, decidem mudar-se para Amsterdã, onde fundam uma empresa. E é num anexo secreto da fábrica que eles se escondem durante os piores anos da guerra.
Foi no seu aniversário de 13 anos, em 12 de junho de 1942, que Anne Frank ganhou o diário onde registrou memórias dos anos em que viveu escondida do regime nazista, e que acabaria se tornando o relato autobiográfico mais bem-sucedido da História. Mas essa não foi sua primeira incursão no mundo literário. Entre 1936 e 1941, antes da vida no esconderijo, Anne escreveu uma série de cartas para a avó Alice. Ao ser descoberta pelos nazistas, Anne foi levada a campos de concentração, onde morreu em fevereiro de 1945, em decorrência de uma febre tifoide. O mesmo destino teve sua irmã, Margot.
Nas correspondências, relatava aflições comuns a garotas da sua idade – do corte de cabelo ao uso de aparelhos nos dentes – e como os primeiros anos da Segunda Guerra já haviam mudado sua rotina. Os textos, todos inéditos, fazem parte da coletânea “Obra reunida”, lançada nesta quarta-feira, data em que Anne completaria 90 anos, pela fundação que leva seu nome. A versão em português chega ao Brasil em novembro, pela editora Record.
O diário começa em 12 de junho de 1942, quando a jovem completou 13 anos. Ela escreveu por mais de dois anos durante a Segunda Guerra Mundial, até três dias antes do esconderijo da família ser descoberto. Em agosto de 1944, eles foram deportados para o campo de extermínio de Auschwitz. Somente o pai de Anne, Otto Frank, sobreviveu. Anne e a irmã morreram no campo de concentração de Bergen-Belsen no início de 1945. Anne tinha 15 anos.
Depois da guerra, Otto publicou o diário da filha, que se tornou um símbolo de esperança e resiliência. Escrito originalmente em holandês, o diário foi traduzido para dezenas de idiomas e é considerado um dos principais documentos da época nazista. A casa onde a família se escondeu em Amsterdã foi transformada em museu e é uma das atrações turísticas mais populares da cidade.
Anne sonhava em ser escritora. Depois da guerra e de sua morte, seu pai preparou uma terceira versão, na qual optou por eliminar passagens que tinham a ver com as crises típicas da puberdade e misturou partes das duas versões. A nova edição inclui tanto a versão A como a versão B completas.
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