“Minha vida foi contornar nãos. Eu não era a mais bonita, não era aquela quieta, não era a que fazia o bordado, não era aquela que queria ser miss, não era a que queria arranjar um casamento para resolver a vida. Contornei pela alegria. Então, aprendi a debochar até das minhas características que não batiam com a sociedade”.
Estas são palavras da cantora Fafá de Belém que, de acordo com as informações do Gshow, corajosa como ela só, assumiu de vez os cabelos brancos e agora tem se sentido mais bonita do que nunca. No entanto, ainda recebe mensagens negativas por conta da mudança.
“Existe o preconceito muito mais de mulheres do que homens. Nas lives, recebo uns ‘pinta esse cabelo’, ‘está parecendo uma bruxa’, ‘uma velha.’ Bicho, uma bruxa, todos nós somos. E envelhecer é o nosso caminho. Eu me acho linda”, diz Fafá de Belém e continua:
“A obrigação de você ter que parar para observar se tem uma raiz branca… é muito mais dos outros do que a gente. Tudo são convenções. Posso um dia resolver pintar o cabelo, mas toda a semana ter que fazer a raiz, não… É uma liberdade conquistada”.
“A minha cabeleireira, a Elza Pontes, do Rio de Janeiro, achou uma tinta que não agredia tanto a minha raiz. É uma espanhola, então eu ia a Portugal e trazia tudo. Ela fazia as misturas todas. Meu cabelo nunca foi de uma cor só, sempre teve uma tonalidade bem natural, mas a cada 7 ou 10 dias, tinha aquela ‘fita’ branca que me irritava muito”, conta.
A transição para os fios brancos começou no final do ano passado. Depois do Natal, Fafá foi para Bragança, no interior do Pará, passar férias e não levou nenhum produto de beleza. Na volta, ia fazer um filme em que interpretaria uma guru com cabelos brancos. A ideia era que ela usasse uma peruca, mas a artista mesmo deu a ideia de ficar com o próprio cabelo.
“Fiz umas mechas pratas, comecei a usar o xampu roxo, que vai limpando a raiz, e ele foi abrindo. Depois, pedi para Elza trabalhar as pontas para ele ficar harmonioso. Era um desejo meu. Há três anos eu queria deixar o cabelo ficar branco porque não tenho paciência de ficar pintando toda semana. Aproveitei a pandemia e fui deixando. Estou adorando ele. Acho que dá uma luz. Não tenho problema em ter 64 anos”, contou a cantora.
A sugestão de Elza Pontes, a cabeleireira de Fafá, para quem quer fazer a transição, é começar por mechas mais claras ou uma balayage colorida, que consiste em mesclar os fios escuros com tons pratas para acelerar o processo. “No da Fafá foi assim. Fizemos as mechas depois da ‘barra’ que a incomodava e agora ela está ficando com o cabelo quase todo branco”.
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