Ensine seu filho, desde pequeno , a ser um membro produtivo nos afazeres da casa. Ensine-o que uma esposa não é uma empregada, é uma companheira e como tal, precisa também de um companheiro.

Um amigo veio a minha casa tomar café, sentamos e conversamos, falando sobre a vida. A um certo ponto da conversa, eu disse: “Vou lavar os pratos e volto num instante”. Ele olhou para mim como se eu lhe tivesse dito que ia construir um foguete espacial. Então ele me disse, com admiração mas um pouco perplexo: “Ainda bem que você ajuda a sua mulher. Eu retruquei:

“O que eu faço não é ajuda, porque participar das atividades domésticas é minha obrigação. Na verdade, a minha mulher não necessita de ajuda, ela tem necessidade de um companheiro. Eu sou um sócio em casa e por via dessa sociedade as tarefas são divididas, mas não se trata certamente de uma ‘ajuda’ com as tarefas de casa.

Eu não ajudo a minha mulher a limpar a casa porque eu também vivo aqui e é necessário que eu também a limpe. Eu não ajudo a minha mulher a cozinhar porque eu também quero comer e é necessário que eu também cozinhe.

Eu não ajudo a minha mulher a lavar os pratos depois da refeição porque eu também uso esses pratos. Eu não ajudo a minha mulher com os filhos porque eles também são meus filhos e é minha função ser pai.

Eu não ajudo a minha mulher a lavar, estender ou dobrar as roupas, porque a roupa também é minha e dos meus filhos. Eu não sou uma ajuda em casa, eu sou parte da casa”.

E no que diz respeito a elogiar, perguntei ao meu amigo quando é que foi a última vez que, depois da sua mulher acabar de limpar a casa, tratar da roupa, mudar os lençóis da cama, dar banho em seus filhos, cozinhar, organizar, etc., ele lhe tinha dito obrigado? Mas um obrigado do tipo: Uau, querida!!! Você é fantástica!!! Isso te parece absurdo? Está te parecendo estranho? Quando você, uma vez na vida, limpou o chão, você esperava no mínimo um prêmio de excelência com muita glória… Por quê? Nunca pensou nisso, amigo?

Texto do ensaista e evangelista, Gabriel Antunes Gabriel Antunes 






As publicações do Portal Raízes são selecionadas com base no conhecimento empírico social e cientifico, e nos traços definidores da cultura e do comportamento psicossocial dos diferentes povos do mundo, especialmente os de língua portuguesa. Nossa missão é, acima de tudo, despertar o interesse e a reflexão sobre a fenomenologia social humana, bem como os seus conflitos interiores e exteriores. A marca Raízes Jornalismo Cultural foi fundada em maio de 2008 pelo jornalista Doracino Naves (17/01/1949 * 27/02/2017) e a romancista Clara Dawn.