Kenneth Miller, pesquisador sênior e psicólogo holandês, especialista em saúde mental das crianças durante a guerra, afirma que crescer em meio a constantes conflitos entre os pais/tutores pode ter um efeito devastador a longo prazo em uma criança – tanto física, emocional e mentalmente.
O impacto físico é bastante fácil de reconhecer quando as crianças demonstram tristeza, agressão, automutilação, regressão de comportamentos e dificuldade de aprendizado. Entretanto, são as consequências psicoemocionais a longo prazo que levantam questões tão delicadas que até o cérebro é capaz de revelar, como mostra a foto da capa onde o cérebro de uma criança de 6 anos de idade, (do lado esquerdo) é menos vibrante por causa da baixa produção de serotonina, o neurotransmissor da felicidade, do bem estar.
O que podemos determinar, no entanto, é como o cérebro da criança reage a situações extremamente estressantes. Quando as crianças experimentam a perda de um dos pais, um divorcio tóxico, mudanças constantes em sua rotina, mudanças de escolas, cidade, pais… ou vivem angustiadas por um longo período de tempo, seus cérebros podem mudar para um estado de emergência. “Quando isso acontece, o sistema de ameaças do cérebro é permanentemente ativado e inunda o corpo de uma criança com hormônios do estresse. A curto prazo, tal estado é administrável – este sistema evoluiu para ajudar a sobreviver em caso de perigo”, diz o pesquisador.
Se a situação estressante persistir, no entanto, o dano pode ter consequências permanentes, diz Kenneth: “A saúde emocional e física se deteriorará. Para as crianças, isso pode levar ao que os pesquisadores chamam de ‘estresse tóxico’. Isso significa que o corpo e a mente da criança estão desgastados, seu sistema imunológico está enfraquecido e o cérebro pode ser danificado”.
Danos cerebrais causados pelo estresse tóxico podem levar as crianças a ter pesadelos, perder o apetite e, de repente, voltar a fazer fazer xixi na cama, falar errado, chupar o dedo… O comportamento das crianças pode mudar: elas podem começar a agir de forma agressiva, ou ficar muito quietas e retraídas. “As crianças, inconscientemente, tentam de tudo para entorpecer o medo de que aquilo nunca acabe e a culpa de que elas são as responsáveis por aquela guerra dentro de casa“, afirma Kenneth Miller
Felizmente nem todas as crianças expostas a experiências traumáticas desenvolvem trauma psicológico, depressão ou distúrbios psiquiátricos. O caos dentro de casa é extremamente estressante para uma criança. Mas felizmente as crianças são muito mais resistentes do que se imagina. Seria ingenuidade também, acreditar que ao livramos uma criança do convívio com situações angustiantes da vida dos adultos, ela não venha a desenvolver sofrimento psíquico, bem como transtornos mentais, mas sem dúvida alguma, as chances disso acontecer são muito menores.
Da redação de Portal Raízes.
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