Embora haja todo um contexto histórico, social e cultural em torno dos comportamentos relacionados à paternidade, é possível que haja a aprendizagem de novos papeis e atividades. Casais que realizam a divisão de tarefas, participando ativamente da rotina familiar tendem a se tornar mais harmoniosos, melhorando ainda o clima conjugal e educando seus filhos de forma saudável por intermédio do exemplo e do incentivo.
Assim, em meio a tantos benefícios, que tal quebrar os preconceitos socioculturais e experimentar outras formas de agir em casa? O pediatra Daniel Becker sugere as seguintes reflexões:
“Como anda a proporção da divisão das tarefas na sua casa, entre você e seu cônjuge? 70/30, 60/40, 90/10? E da divisão de todo o trabalho com os filhos, incluindo a carga mental (pensar e planejar tudo que tem que ser feito pra cuidar dos filhos: vacinas, compras de farmácia e supermercado, consultas, aulas, reuniões escolares, dever de casa, arrumação da mochila…)50/50? Acho que não. 97/3? Talvez”. Conta pra gente. Vamos mandar a real?
Pai, a criança aprende a participar das tarefas de casa mediante o seu exemplo e o seu incentivo
“Participar das tarefas domésticas é sem dúvida um dos aprendizados mais importantes que os filhos podem receber de seus pais. Essa participação ilumina a vida de uma criança, trazendo benefícios em vários níveis:
- ela ganha em autonomia e autoconfiança;
- fortalece a sensação de pertencimento à família;
- ensina a a noção de processos: as coisas não acontecem sozinhas, por trás de uma refeição ou de um quarto arrumado, existe um trabalho a ser feito;
- promove a autoestima e a noção de sua importância;
- fortalece o senso de potência própria: quem ajuda, está dando algo; se eu dou, é porque tenho potência;
- abre espaço para aprender a importância do cuidado – da casa, dos outros;
- ajuda a compreender algo fundamental para o seu futuro e o da humanidade: o pertencimento a uma comunidade, onde tarefas são compartilhadas, onde a colaboração é fundamental para a sobrevivência e bem estar de todos.
Com três anos uma criança já pode guardar seus brinquedos na caixa. Com quatro, regar plantas; com cinco, arrumar sua cama; com seis, lavar as folhas da salada; com sete, cortar legumes com uma faca de mesa (sob supervisão, aprendendo progressivamente). Com oito, varrer a casa, lavar a louça, dar comida ao cachorro. E por aí vai. Esses são apenas exemplos – em cada família o formato será diferente. Só não deixe de fazer seu filho participar”.
Conselhos do pediatra Daniel Becker, publicados em suas redes sociais.