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O caso Madeleine: Jovem polonesa não é a menina desaparecida, diz a polícia

Ter a certeza de que uma filha está irremediavelmente morta, é dilacerante. Mas ter uma filha que desapareceu ainda criança, sem dúvida alguma, é maior dor do mundo. Este é o terrível dilema de Kate e Gerry McCann, os pais de Madeleine McCann, que desapareceu em maio de 2007, aos três anos de idade, enquanto estava dormindo sozinha em um quarto de hotel. Quando Kate, mãe da garota, foi conferir o quarto, ela não estava lá. O desaparecimento chamou a atenção do mundo inteiro e, consequentemente, gerou uma investigação em nível internacional que durou vários anos. Mesmo assim, nenhum vestígio de Madeleine foi encontrado.

Julia Faustyna, aspirante a musicista e modelo polonesa de 21 anos, afirma ser Madeleine McCann, a garota que desapareceu misteriosamente durante as férias da família em Portugal há 16 anos.

Faustyna abriu uma conta no Instagram e escreveu em sua biografia: “Me ajudem, preciso falar com Kate e Gerry McCann, os pais de Madeleine. A jovem disse que tem uma pinta na perna e uma mancha no olho, nos mesmos lugares que Madeleine, entre outras evidências de que são a mesma pessoa. Julia afirma ter sido vítima de um criminoso alemão que é parecido com um dos suspeitos listados em findmadeleine.com, site dedicado às buscas da menina.

Pais de Madeleine McCann não confirmaram se vão fazer teste de DNA

Os pais dos McCann ainda não fizeram uma declaração oficial sobre as alegações de que Faustyna (canto superior direito) é sua filha desaparecida Madeleine (canto superior esquerdo). Crédito: Getty/Instagram

Faustyna disse que entrou em contato com a família McCann e solicitou exames de DNA. Os McCann não fizeram nenhuma declaração pública confirmando isso. O casal falou publicamente sobre o assunto pela última vez em janeiro de 2023, onde dizia que eles não esqueceriam nem desistiriam de encontrar sua filha e que entrariam no ano novo com determinação contínua.

“Primeira razão… Não me lembro da maior parte da minha infância, mas minha memória mais antiga é muito forte e é sobre férias em um lugar quente onde havia praia e edifícios brancos ou muito claros com apartamentos. Lembro que vi tartarugas na praia era a pequena baía, pelo que me lembro, vi tartarugas naquela época e havia outras crianças e elas tentavam tocar nas tartarugas pequenas. Não vejo minha família nesta memória”, escreveu ela na legenda de uma das primeiras publicações no Instagram.

Faustyna também foi identificada online como Julia Wendell e Julia Wandelt, e há uma longa lista do que ela insiste serem contas imitadoras “falsas” no Instagram. Suas alegações continuam a ser amplamente criticadas por internautas que postaram reconvenções e apontaram suas diferenças físicas com McCann e semelhanças físicas com fotos excluídas da mãe de Faustyna.

Faustyna afirma que tem amnésia pós-traumática como resultado de ter sido abusada sexualmente por um pedófilo cuja identidade ela não conhece, mas reconhece como imagem composta facial 4B do site Find Madeleine.

Ela também afirma que sua família raramente discutia seu abuso na infância, explicando que seu agressor é o segundo marido de sua avó, com quem alguns de sua família não falam.

“Durante a terapia comecei a analisar muito, refletir e fazer muitas perguntas incômodas para minha família, até que em um ponto minha mãe não aguentou a enxurrada de perguntas e me cortou da terapia a partir de 2021”, disse ela .

“Eu tenho algumas memórias. O primeiro deles são as férias. Mas não me lembro completamente da presença da minha mãe, por exemplo, nem do meu padrasto, muito menos do meu pai. Ao que parece, um estudante universitário de medicina em Wroclaw (Polónia) testemunhou que viu Madeleine McCann, alguns dias após o seu rapto, em Wroclaw. Eu morava em Wroclaw o tempo todo e só moro em outra cidade há um ano”, acrescentou Faustyna, dizendo ter lido a informação na internet.

O que diz o parecer psicológico de Faustyna

Faustyna também deixou claro que ela “pode não ser” McCann. Sua situação está sendo investigada pela médium psíquica, e investigadora particular, doutora Fia Johansson.

Johansson diz que costuma ser contratada para ajudar a polícia nas investigações de pessoas desaparecidas e disse na terça-feira: “A todos os interessados ​​na busca de Julia por respostas, por favor, entendam que estamos no meio de uma investigação. A saúde mental de Julia no momento não está boa por causa de muitos inimigos por aí”.

Quando perguntada por que um teste de DNA está demorando tanto e onde estão os resultados, Johansson disse: “Ninguém dirá quando, onde, como e em qual país. Pode levar (semanas ou meses). É tudo uma questão de segurança para a família de Madeleine e para a de Julia. Avisaremos a todos o resultado”.

Ela disse que Faustyna foi aconselhada a limitar o volume de postagens nas redes sociais, pois elas podem causar grandes desconfortos físicos e psíquicos.

Faustyna não é Madeleine McCann, afirma polícia

A Polícia da Polônia descartou a possibilidade de que Julia Wendell, que se apresenta como Julia Faustyna, 21, seja, de fato, a britânica Madeleine McCann, desaparecida desde 2007.

A investigação oficial conduzida após a repercussão do caso já reúne provas suficientes de que a jovem mentiu ao alegar que seria McCain. “As ações realizadas pelos policiais até o momento contradizem a versão apresentada pela jovem. As atividades ainda estão em andamento, mas já é possível descartar que essa versão seja verdadeira”, disse o porta-voz da polícia Pawel Noga. Novas observações serão acrescentadas neste artigo conforme forem surgindo.  (Atualizada em 24/02/2023 – às 14h:32min).

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As publicações do Portal Raízes são selecionadas com base no conhecimento empírico social e cientifico, e nos traços definidores da cultura e do comportamento psicossocial dos diferentes povos do mundo, especialmente os de língua portuguesa. Nossa missão é, acima de tudo, despertar o interesse e a reflexão sobre a fenomenologia social humana, bem como os seus conflitos interiores e exteriores. A marca Raízes Jornalismo Cultural foi fundada em maio de 2008 pelo jornalista Doracino Naves (17/01/1949 * 27/02/2017) e a romancista Clara Dawn.

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