Para quem acompanhava o casal Brad Pitt (56) e Angelina Jolie (44), juntos desde 2004, mas oficialmente casados em 2014 – não apenas por serem ícones do cinema, mas por se destacarem como pais, protagonizando lindas histórias de adoção – é impossível não querer entender o motivo para ter terminado um casamento que parecia tão feliz (a separação foi anunciada em 20 de setembro de 2016).
“Diferenças irreconciliáveis”. Esse foi o motivo apontado por ela em sua petição de divórcio. Houve boatos, na época, de que ela estaria insatisfeita pela maneira como o marido vinha lidando com os filhos. Eles têm três filhos adotivos e três biológicos. Segundo os noticiários, a gota d’água foi quando seu filho mais velho, Maddox, foi agredido pelo pai ao sair em defesa da mãe durante uma discussão do casal – durante um voo em seu jatinho particular.
Brad foi denunciado e foi aberta uma investigação. Depois de ouvirem o depoimento de algumas testemunhas e analisarem o caso, as autoridades o inocentaram da acusação de abuso infantil.
Em nenhum momento Brad tenta se isentar da culpa pelo fracasso de seu casamento, apenas quer que as pessoas entendam por que a situação chegou a esse ponto. E o que ele revelou em uma entrevista à GQ Style é algo, infelizmente, muito comum e vem destruindo famílias em todo o mundo.
Quem vê esse homem lindo e talentoso atuando nem imagina os fantasmas que o vêm assombrando desde a juventude. “Não me recordo de um dia, desde que saí da faculdade, que não tenha ficado bêbado ou fumado maconha. Era como eu fugia dos meus sentimentos. Quando comecei minha família larguei tudo, menos o álcool. E eu estava bebendo muito. A bebida se tornou um problema”.
E a maneira como foi criado não ajudou em nada na forma como ele se posicionava em seu lar. “Fui criado com aquela mentalidade de que o pai tem que ser o todo-poderoso, o forte que não tem dúvidas e que sabe de tudo – em vez de realmente conhecer suas próprias dúvidas e lutas. E, com o divórcio, isso me deu um soco na cara: eu preciso ser mais, tenho que ser mais pra eles e dar o exemplo. E eu não estava sendo bom nisso.”
Desde sua separação, ele vem fazendo terapia e já progrediu muito. Está há seis meses longe do álcool. Ele substituiu os drinks e o vinho por suco de cranberry e água com gás. “Agora eu tenho o controle das minhas emoções novamente”, conta.
Angelina ficou com a guarda dos filhos, mas Brad está tentando, o mais pacificamente possível, revertê-la em guarda compartilhada. Sua preocupação maior é evitar brigas nos tribunais, pois não quer causar ainda mais sofrimento aos filhos. “Uma vez ouvi um advogado dizer: ‘Ninguém ganha no tribunal – é apenas uma questão de quem se machuca mais’. E parece ser verdade, você gasta um ano apenas focado em construir um caso para provar o seu ponto e que você está certo e o outro está errado. É um investimento maligno que eu me recuso a fazer.”
Acostumado durante tantos anos com a casa cheia e barulhenta, agora ele precisa lidar com a solidão. É algo que está tentando driblar da melhor forma possível. Ele divide a casa apenas com seu cão, Jacques.
E nós ficamos na torcida para que ele consiga se manter sóbrio e equilibrado, e se possível, consiga reatar seu casamento com Angelina. Pois torcemos sempre pelas famílias.
Texto de Erika Strassburger, publicado originalmente em Familia
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