É entre os dois anos de idade que as crianças começam a copiar muitas coisas que veem nos outros. Isso é chamado de “Aprendizagem Observacional”. As crianças imitam seus pais, seus irmãos mais velhos e também aquelas pessoas que podem assistir na TV. Eles fazem isso para aprender, mas também para serem iguais aos outros e se sentirem parte de um grupo social. Conforme vamos crescendo, criamos o nosso modo comportamental e dele tentamos excluir aqueles comportamentos que não gostávamos em nossos pais.
Entretanto, ficar longe dos comportamentos que te formaram e daqueles com que você cresceu é muito mais complicados do que parece. A situação é tão comum que os cientistas decidiram investigar o que acontece com as atitudes que reproduzimos.
Talvez você subconscientemente siga o exemplo de seus próprios pais. Talvez, desviando-se de seus erros, você tropeça em novos. Independentemente disso, seu legado pode parecer uma profecia. Mas os hábitos dos pais são inevitavelmente transmitidos?
Em estudos longitudinais que acompanham famílias ao longo de gerações, os pesquisadores descobriram uma associação significativa entre a paternidade de uma pessoa e a paternidade que ela recebeu quando criança. O que os psicólogos chamam de “transmissão intergeracional da paternidade” se aplica a padrões bons e ruins: aqueles que se beneficiaram de qualidades positivas de cuidado – aceitação , cordialidade, comunicação aberta – têm maior probabilidade de exibir as mesmas características.
Compreensivelmente, porém, os pesquisadores tendem a se concentrar em como transmitimos as qualidades não tão boas – nos piores casos , abuso ou negligência – e, por extensão, como podemos interromper o ciclo.
Foi o médico inglês, Julian de Silva, conduziu uma investigação, clínica e teórica, que resultou na afirmativa de que as mulheres, quando completam 33 anos, começam a ter comportamentos muito semelhantes aos de suas mães e os homens, aos de seus pais, aos 34 anos.
Duas mil pessoas (homens e mulheres) foram levadas como voluntárias. Elas se viram confessando que, quando completaram 30 anos, perceberam como haviam desenvolvido comportamentos muito semelhantes aos de suas mães ou pais. Segundo Silva, os sinais que mostram que as filhas estão virando suas mães inclui assistir aos mesmos programas de televisão, ter os mesmos hobbies e falar as mesmas expressões que elas falam.
Já os homens, começam a agir e falar como seus pais aos 34. Desligar luzes de cômodos vazios, engordar e conversar sobre política constantemente estão entre os indícios da transformação masculina. Dessa maneira, o Dr. Julian garantiu que é inevitável adotar várias características comportamentais de nossos pais. A idade média dos voluntários que confessaram imitar alguns comportamentos parentais foi de 33 anos.
Elisabeth Stitt (capa), treinadora de pais e autora de “Paternidade Como Segunda Língua” (Parenting as a Second Language), diz que as pessoas são especialmente propensas a seguir consciente, e inconscientemente, os comportamentos de seus pais – incluindo os negativos – se não tiverem outros modelos para seguir. Isso é preocupante quando pensamos que nossos filhos passa grande parte de seu tempo construindo suas leituras de mundo no Google, no Youtube, no TikTok e etc. Os pais deixaram de ser a fonte de saber dos filhos. Daqui 10 anos, nossas preocupações serão em observar de qual influencia se adquiriu o comportamento.
A maneira mais segura de educar crianças que serão adultos com inteligência emocional e produtivos na sociedade, é investir na educação integral delas. E para que isso funcione perfeitamente, procure sempre buscar ajuda qualificada, estudar artigos de especialistas na área e fazer parte de grupos de pais/mães a fim de trocar experiências e saberes.
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