O filósofo e escritor Huberto Rohden, em mais de 65 livros sobre ciência, filosofia e religião, deixou profundas e necessárias reflexões. Uma delas é sobre a creaturidade, que é o inacabado de Deus em sua criação humana. Segundo ele, Deus nos criou inacabados para que pudéssemos, nós mesmos, com nosso livre-arbítrio, continuar o nosso desenvolvimento integral com criatividade positiva para o bem. E essa continuidade, só pode ser realizada individualmente. Entenda:
“Nenhum homem pode fazer um mundo melhor como é o Universo: perfeito e harmonioso. Nenhum homem é capaz de converter outro homem. Nem Jesus, durante a vida na terra, converteu ninguém, nem mesmo conseguiu impedir que um dos seus discípulos se pervertesse. Portanto, ninguém tem o poder para melhorar nada do que foi criado.
Uma coisa, porém, você pode fazer que nem Deus nem o Cristo podem fazer por você ou em seu lugar: ser bom. Ninguém, exceto você, se pode decidir ou agir sendo uma pessoa boa para si mesma e solidária aos que necessitam de compreensão e apoio. Ninguém pode ser bom em seu lugar. Só há três tipos de pessoas no mundo: as boas, as más e aquelas que são indiferentes, todavia, acredito que as indiferentes não são boas pessoas.
Você foi criado com a potencialidade de ser bom, mas você pode se fazer bom ou não. Você pode se fazer melhor do que Deus lhe fez. E também pode se fazer pior, muito pior. Esta é a onipotência do livre-arbítrio: agir decididamente em prol de um Bem comum ou para um Mal, seja a si mesmo ou ao outros. Você esta aqui na Terra para fazer por si mesmo, e se quiser pelos outros, o que ninguém pode fazer por você, ser bom.
A creaturidade, é o inacabado de Deus em sua criação humana. Criou-nos inacabados para que pudéssemos, nós mesmos, com nosso livre-arbítrio, continuar o nosso desenvolvimento integral com criatividade positiva para o bem.
Mas que quer dizer ser bom? É conscientizar de que as boas obras que faz é a manifestação do poder criativo que você herdou da Divindade. Ser bom é se convencer que dentro de si tem um tesouro oculto. Convencer-se de que deve fazer com que esse tesouro se manifeste. Ser bom é saber que você é a luz do mundo, mas que não deve deixar a sua luz debaixo de uma mesa e sim no alto do candelabro. Como recomendou o Cristo. Ser bom é conscientizar que a sua alma é uma pérola preciosa, que deve trazer à tona do oceano da sua vida.
Ser bom é fazer transbordar a experiência mística na vivência ética da fraternidade universal dos homens. Ser bom é fazer externamente no seu Agir o que você faz internamente no seu Ser. Mas, se você não se fizer bom, como você pode e deve, a sua vida na Terra será frustrante, pois terá vivido 50, 60, 80 anos ou mais sem saber o sentido de existir”.
Texto extraídos dos saberes e reflexões de Huberto Rohden (1893-1981), professor, filósofo, conferencista e escritor com mais de 65 obras sobre Ciência, Filosofia e Religião, várias delas traduzidas para outras línguas, inclusive o Esperanto e até mesmo em Braille, para institutos de cegos.
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