Sim, vamos falar do mal de Alzheimer e outras demências senis, mas o título foi para chamar a atenção para uma fenomenologia social da atualidade: a síndrome do pensamento acelerado e a nossa atual mania de viver no automático: corretor automático, piloto de bordo, GPS, celular com comando de voz… tudo isso e muito mais para o nosso conforto e preguiça mental.
Você já se perdeu enquanto dirigia dentro de sua própria cidade? Você não consegue se concentrar nem mesmo na leitura deste texto? Agora mesmo já está pensando do que no deve fazer no resto do dia?
“Um dos principais sintomas verificados na Síndrome do Pensamento Acelerado é a perda geral da capacidade de pensar, de reter informações e, até mesmo, de elaborar tarefas. A seletividade da memória protege a mente contra o congestionamento de pensamentos, imagens e ideias. Ao fazer uma autoanálise, a maioria das pessoas irá perceber que utiliza excessivamente a memória e, por isso, pensa demais e se desgasta de maneira exagerada, podendo desencadear a síndrome”. Afirma o psicoterapeuta, Augusto Cury
Síndrome do Pensamento Acelerado é uma condição moderna que tem origem com o ritmo alucinante das grandes cidades, com overdoses diárias de informações e obrigações que afetam a saúde emocional de uma boa quantidade de gente. Depressão, estresse, síndrome do pânico e nomofobia (medo de ficar sem celular) são outros exemplos de situações que ocorrem com muito mais frequência nas últimas décadas.
Especialistas dizem que a síndrome do pensamento acelerado não é uma doença, mas sim um sintoma vinculado a um quadro de transtorno de ansiedade. As pessoas mais vulneráveis geralmente são aquelas que são avaliadas constantemente por conta das suas obrigações profissionais, não podendo desligar um minuto sequer, caso contrário o trabalho é comprometido. Bons exemplos são executivos, jornalistas, escritores, publicitários, professores e profissionais da saúde.
As possíveis causas são, além dessa ansiedade devido à pressão profissional, o excesso de informações às quais somos submetidos durante o dia, condição considerada normal nos dias de hoje.
Tecnologia facilita a vida das pessoas, não há dúvidas disso. Mas será que todas as facilidades são 100% benéficas para nós? Há muitos estudos que dizem que os equipamentos e sistemas — criados para eliminar a necessidade de trabalho por parte de quem os está utilizando — podem fazer com que o cérebro humano deixe de raciocinar com tanta eficiência como fazia em outros tempos.
E não estamos falando de funções extremamente complicadas, mas de alguns itens cotidianos que realmente podem interferir em nossas vidas. Você deve conhecer alguns exemplos bem comuns disso, não é mesmo? Pois confira agora uma lista com os cinco maiores casos de tecnologias que nos desestimulam a pensar e veja se as suas apostas foram concretizadas. A escolha foi feita com base em um artigo publicado pelo Discovery News.
Se você precisa chegar em algum lugar, qual é a solução mais viável? Alguns podem pegar mapas, outros calculam as rotas automaticamente pelo Google Maps e um terceiro tipo de pessoa prefere utilizar os aparelhos de navegação por GPS. Qual dos perfis descritos tem menos trabalho para chegar até onde desejam? Acertou quem escolheu os donos de GPS.
Sem precisar de cálculos prévios, tudo o que o motorista precisa fazer é dirigir seu carro e seguir as instruções do pequeno aparelho. Toda a “Memória de Navegação Espacial” fica adormecida nesse caso, fazendo com que um setor cerebral que trabalharia no momento seja completamente inutilizado por algum tempo.
Tudo isso é relacionado ao hipocampo, que ao ser atrofiado também pode influenciar na aparição do Mal de Alzheimer. Um estudo realizado no início dos anos 2000 ainda mostra mais um fator relacionado a isso. Analisando o cérebro de várias pessoas da Inglaterra, chegou-se à conclusão de que os taxistas londrinos tinham o hipocampo maior que o de outras pessoas.
Calcule: (4x + 12).(4 + 3x). É uma conta relativamente simples que exige poucos passos para ser resolvida, mas há muitas pessoas que preferem utilizar uma calculadora para chegar aos resultados. Em operações matemáticas mais complexas é aceitável a utilização de artifícios que tornem o processo mais simples, mas o problema é que isso tem se tornado um hábito ruim.
É comum vermos pessoas utilizando as calculadoras para somas muito simples, somente pelo fato de que é mais cômodo. Quando se torna necessário fazer alguma conta de cabeça — ou mesmo com papel e caneta —, a dúvida chega bem antes da solução.
Tudo o que precisamos para nossas vidas está nos smartphones. Compromissos podem ser marcados e anotações criadas sem que precisemos escrevê-las — basta copiar e colar os dados desejados. Distrações, então, existem às dúzias. Tudo isso fica ao alcance dos dedos e não demanda qualquer esforço para ser acessado.
E toda a demanda que levamos aos eletrônicos é deixada de lado em nosso próprio cérebro. Por isso, estudos apontam que a utilização dos smartphones faz com que memória e velocidade de processamento das informações acabem sendo prejudicadas. Por isso, se você já está demorando muito para se lembrar de um ou outro item, é bom ficar atento.
Você acha que utiliza muito do seu cérebro quando está escrevendo? E prefere escrever à mão ou digitar? Segundo um estudo publicado pela BBC, se a sua opção for a segunda, é melhor desligar o corretor automático de seu computador ou portátil. Há claras evidências de que os corretores fazem com que as pessoas escrevam com menos preocupação quanto à grafia, pois, se houver algum erro, ele será corrigido.
O Instituto de Psiquiatria da Universidade de Londres publicou, em 2010, um estudo revelando que a constância em multitarefas pode ser mais prejudicial ao QI humano do que o consumo de algumas drogas, como a Cannabis sativa. O mesmo estudo ainda foi utilizado para revelar que as pessoas com muitas tarefas simultâneas podem acabar com desempenho inferior ao de pessoas com privação do sono. Fonte: Tecmundo
Na medida em que a população mundial envelhece, a expectativa é de que o número de pessoas que vivem com demência triplique até 2050, passando de 50 milhões para 152 milhões, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Quase 10 milhões de pessoas desenvolvem demência a cada ano, 6 milhões delas em países de baixa e média renda”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
“O sofrimento em consequência disso é enorme. É um alerta: devemos prestar mais atenção a este desafio crescente e garantir que todas as pessoas que vivem com demência, onde quer que estejam, tenham o cuidado que precisam”, completou o diretor-geral. (Confira todos os dados da pesquisa aqui)
Veja abaixo a lista de alguns sintomas iniciais do Alzheimer. Esses indícios devem ser observados mesmo que você ache que se tratam de ocorrências normais. São eles:
Se o seu familiar apresenta alguns desses sintomas, procure ajuda médica. Quanto antes for feito o diagnóstico e começar o tratamento, mais qualidade de vida o idoso terá – e por mais tempo!
Lembre-se: há diferenças entre os sintomas do Alzheimer e do envelhecimento. Vamos falar um pouco deles e explicar quais são essas diferenças da doença com relação ao processo normal da chegada da idade. Veja só:
Perda de memória
Esquecimentos são comuns na terceira idade. Porém, quando eles começam a ficar muito frequentes, é um sinal de alerta. Principalmente se a pessoa se esquece de fatos muito recentes!
Orientação espacial
Ficar em dúvidas sobre o melhor caminho para chegar a um local pouco conhecido é comum. Mas se o idoso se perde em lugares familiares e se esquece onde está, pode ser um sinal de Alzheimer.
Dificuldades de raciocínio
É normal ter dificuldades em contas complexas, por exemplo. Mas quando a pessoa não consegue encadear as ideias com frequência e se perde nos raciocínios simples, fique atento.
Confundir objetos
Esquecer o celular em casa ou onde guardou as chaves é algo que acontece com todos nós. Mas guardar o sabonete na geladeira, por exemplo, pode ser o sinal de que o idoso está iniciando um quadro de Alzheimer.
Mudanças de humor
As diferentes ocorrências do dia a dia despertam os mais diversos sentimentos. As mudanças de humor que podem ser sintomas do Alzheimer são aquelas intensas e sem motivo aparente, como ataques de riso ou choro sem razão.
Dificuldades de linguagem
As principais dificuldades de linguagem relacionadas ao Alzheimer são aquelas referentes aos nomes dos objetos comuns. Geralmente, a pessoa se esquece e usa uma descrição, como “onde está aquele objeto que serve pra abrir a porta?”, referindo-se a uma chave, por exemplo.
Como já mencionamos, caso algum familiar apresente os sinais acima, o ideal é procurar um médico. Você pode levar a pessoa a um neurologista ou um geriatra, duas especialidades que conhecem e sabem lidar com a doença.
Se acharem necessário, pedirão os exames que possam descartar outros motivos para os sintomas.
Esses médicos também farão testes cognitivos, que são avaliações sobre o desempenho do cérebro da pessoa. Por fim, eles vão analisar o histórico do paciente, ou seja, tudo o que tem ocorrido em sua rotina e saúde, para então fazer o diagnóstico.
Mas para isso, você tem um papel importante. Será necessário que relate tudo o que tem ocorrido com a pessoa. Principalmente, é claro, os sintomas que o levaram a procurar a ajuda médica.
Quanto antes a doença for identificada, melhor. Se o tratamento for feito bem no início, a pessoa viverá por mais tempo, melhor e com mais independência.
O Alzheimer ainda não tem cura, mas os medicamentos e atividades de estimulação ajudam a fazer com que a doença evolua mais devagar.
Ensaio feito pela redação de Portal Raízes. Diversas fontes inseridas ao longo do texto.
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