Uma charge da personagem Mafalda, feita pela página Humor Inteligente, diz assim: “O planeta ficou doente porque está com a humanidade baixa”. Mafalda propõe uma reflexão acerca da falta de humanidade, ou seja, a falta de empatia e solidariedade para com o sofrimento do outro, para com as causas sociais e especialmente para com o meio ambiente. E essa ausência exacerbada de empatia ficou bastante realçada com a pandemia do novo coronavírus, que está entrando em seu segundo ano avassalador.
Dessa maneira, não é se estranhar que até mesmo o planeta Terra esteja down, que ele esteja numa espécie de ‘depressão energética’. Também pudera, são bilhões de pessoas sofrendo com tantas mortes (mais de 2 milhões até o término desta matéria), com desemprego, a fome, o isolamento social, o aumento da violência doméstica entre mulheres e crianças, notícias falsas, informações desencontradas, discursos políticos desalinhados e, acima de tudo, o constante convívio com a desesperança.
Conforme a pandemia se espalhou e o medo se tornou o corpo governante, os instintos de sobrevivência entraram em ação e o cérebro entrou em modo de escassez, foi aí que as pessoas começaram a esvaziar as prateleiras dos supermercados, nem que fosse para comprar 100 rolos de papel de higiênico.
A verdadeira questão é por que a pandemia ficou tão fora de controle? A resposta, acredito, está enraizada, a priori na falta de alinhamento nos discursos entre os órgãos internacionais e os governantes de todo o mundo; depois as fake news, os discursos negacionistas… tudo igualzinho à gripe de 1918 e, claro, a escassez de empatia na Consciência Coletiva.
Consciência Coletiva é um conjunto de crenças compartilhadas dentro de um grupo social. É a cola que mantém a sociedade unida – acordos comuns sobre certo e errado, valor monetário e até feriados. Normalmente, isso promove um sentimento de conexão e pertencimento dentro de um grupo social, fazendo com que ajamos no melhor interesse do grupo. Mas quando nos sentimos desconectados (ou em uma mentalidade de escassez), tendemos a agir no interesse próprio, independentemente do impacto no grupo (ou seja, acumulando papel higiênico, zerando o estoque de remédios que teriam como destino pacientes crônicos ou promovendo aglomerações).
Agora, alguns podem argumentar que, se todos recebermos as mesmas mensagens de veículos de notícias, todos teremos respostas semelhantes. Mas a ciência mostra que nossas experiências pessoais ditam nossas percepções, e essas percepções ditam nossos pensamentos, palavras e ações.
Este artigo vai um passo adiante, sugerindo que a soma de nossas experiências de vida em um nível subconsciente que dita nossas decisões – nossa mente consciente e racional não participa do processo. Os experimentos do cientista *Benjamin Libet (capa) na década de 1980 apoiam essa ideia – mostrando que “decidimos” agir em um nível subconsciente segundos antes de decidirmos fazê-lo conscientemente, por isso, toda essa carga energética negativa que recebemos e e enviamos, inconsciente, vai nos adoecendo em termos gerais .
Então, se todos nós temos experiências de vida diferentes e não estamos no controle de nossa tomada de decisão, como podemos todos terminar na mesma conclusão e realizar a mesma ação? Sugiro que precisamos ir a um nível mais profundo, ao nível energético, para encontrar a resposta. Somos seres energéticos, vibrando constantemente no nível subatômico. E estamos interligados por essas vibrações – compartilhamos frequências que ditam nossos pensamentos e sentimentos.
Você já se sentiu ansioso assim que entrou em um aeroporto? Ou aquela sensação elétrica dentro de um estádio lotado antes de um grande jogo? Parte disso é sua própria antecipação, mas a maior parte é a antecipação combinada de todos ao seu redor. Você se alimenta da energia das pessoas ao seu redor e vice-versa. Mas não apenas compartilhamos energia, também compartilhamos pensamentos. E nossos pensamentos compartilhados em conjunto com a nossa Consciência Coletiva, ditam como um grupo de pessoas se comporta.
A boa notícia é que ajudamos a moldar essa Consciência Coletiva. Por meio de nossa consciência individual ou atenção plena, podemos contribuir ou combater o coletivo. E quando um número suficiente de pessoas compartilha um pensamento, o ponto de inflexão é alcançado, a Consciência Coletiva muda. O mundo parece muito escuro hoje em dia, mas já estamos vendo pessoas compartilhando seus dons, sua luz, com o mundo.
Então, meus amigos, proponho uma mudança. Uma mudança da escassez para a abundância, do medo para o amor, das trevas para a luz. Agora é a hora de fazer o que lhe traz alegria e compartilhá-la com o mundo. Por mais simples que pareça, o impacto é muito positivo, para você, para sua tribo e para o mundo. Lembre-se de que a escuridão é apenas a ausência de luz. E se o planeta Terra está com depressão energética, nós podemos fazer um acordo coletivo para curá-la, ao sermos mais empáticos, mais simpáticos e levarmos mais afeto e esperança aos outros.
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*Benjamin Libet (1916/2007) foi um cientista pioneiro no campo da consciência humana. Libet foi pesquisador do departamento de fisiologia da Universidade da Califórnia, em San Francisco.
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