Rafael Miguel ficou conhecido por interpretar o personagem ‘Paçoca’ em ‘Chiquititas’ e pelo ‘compra brócolis’ de um comercial de TV gravado quando criança. O jovem de 22 anos e os pais, João Alcisio Miguel, de 52 anos, e Miriam Selma Miguel, de 50, foram mortos na Zona Sul de São Paulo pelo pai da namorada.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo revela que Paulo Curpertino Matias, de 48 anos, desferiu os disparos no momento em que Rafael e seus pais conversavam com Isabela Tibcherani, de 18 anos, e a mãe dela sobre o namoro. O homem segue foragido e o caso registrado como homicídio consumado no 98º DP.

Embora a polícia não tenha oficializado a motivação dos assassinatos, a história apresenta traços fortes de machismo e da chamada masculinidade tóxica. Segundo relatos, Paulo era controlador e acompanhava de perto o relacionamento de pouco mais de um ano.

O crime aconteceu na hora do almoço, momento em que as duas famílias conversavam sobre a relação do casal. O apresentador Luiz Bacci, da TV Record, afirma que Paulo matou as três pessoas por ciúmes da filha.

“Paulo fugiu após os disparos e cometeu o crime por ciúmes da filha. A menina era obrigada a ficar trancada em casa e a não se relacionar com outras pessoas. Hoje, após se sentir mal, Isabela, a namorada de Rafael, recebeu a visita e o carinho do namorado e dos sogros. Segundo testemunhas, Paulo não gostou e atirou nos três em São Paulo”, escreveu Bacci no Instagram.

Isabela Tibcherani desabafou nas rede sociais“eu estou bem, dentro do possível”.

A masculinidade tóxica envolve também o sentimento de posse. A construção do homem, que não chora e tampouco expressa sentimentos contribuiu para situações graves como o caso de Rafael.

Masculinidade tóxica é uma descrição estreita e repressiva da masculinidade que a designa como definida por violência, sexo, status e agressão, é o ideal cultural da masculinidade, onde a força é tudo, enquanto as emoções são uma fraqueza; sexo e brutalidade são padrões pelos quais os homens são avaliados, enquanto traços supostamente ‘femininos’ – que podem variar de vulnerabilidade emocional a simplesmente não serem hipersexuais – são os meios pelos quais seu status como ‘homem’ pode ser removido. Alguns do efeitos da masculinidade tóxica estão a supressão de sentimentos, encorajamento da violência, falta de incentivo em procurar ajuda, até coisas ainda mais graves, como perpetuação encorajamento de estupro, homofobia, misoginia e racismo, escreve Maria Confort no Manual do Homem Moderno.

Invariavelmente, a construção esbarra em violência e morte. Só em São Paulo, feminicídio aumentou 76% no primeiro trimestre. Isso se dá, sobretudo, pela possessividade de homens inconformados com o fim do relacionamento ou em ver a filha iniciando a vida amorosa.

O sociólogo Tulio Custódio acredita que “falar sobre masculinidade tóxica é um caminho a ser seguido por quem busca igualdade de direitos entre os gêneros”.

“Quando a gente olha para o fenômeno do feminicídio, por exemplo, estamos olhando diretamente para as consequências de uma masculinidade tóxica que não está sendo questionada por grande parte dos homens”, ressalta o pesquisador (Reflexões de Hypeness).






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