Não é verdade que nós somos o que comemos. Na verdade, nós somos aquilo que as nossas bactérias comem. Por isso, é muito importante analisarmos que tipo de alimento temos oferecido às nossas bactérias: remédios?, açúcares?, gorduras? – A médica e autora do livro “A vida Secreta dos Intestinos“, Giulia Enders (capa) nos leva ao interior da ciência complexa e fascinante por detrás dos intestinos, incluindo a sua relação com a saúde mental.
Giulia, em seu livro, explica detalhadamente como funcionam os intestinos, desde o momento em que damos uma mordida num pastel até o instante em que o ciclo se completa. Ficamos fascinados em saber “os intestinos têm um cérebro próprio”, e que do bom funcionamento deles depende grande parte da nossa saúde: desde as articulações até á pele e ao peso certo. E para que os nossos intestinos funcionem bem, temos que saber (por exemplo) a diferença entre Prebiótico e Probiótico; como regular a flora intestinal; os cuidados com a higiene e até a maneira correta de defecar.
Quando Giulia Enders tinha 17 anos, apareceu-lhe uma pequena ferida numa perna que teimava em sarar. Foi ao médico. Três semanas mais tarde, tinha mais feridas, que alastravam aos braços e às costas. E nem sequer a cortisona resultava. Por sorte, leu um artigo sobre um caso parecido e decidiu investigar. Começou a achar que não tinha um problema de pele, mas sim de intestinos. Cortou o leite e o glúten e mudou a sua dieta. Curou-se e decidiu estudar Medicina. Formou-se em Gastroenterologia, numa altura em que a comunidade médica começava finalmente a prestar atenção ao mais subestimado órgão do corpo humano: os intestinos. Dedicou-se ao tema. Expôs as suas investigações numa apresentação que venceu as Science Slam de Friburgo, Berlim e Karlsruhe.
Na flora intestinal estão presentes diversas bactérias que são capazes de liberar os neurotransmissores (hormônios mensageiros), tais como a serotonina (felicidade, alegria, bom humor), dopamina (regula as emoções e alivia a dor) e o GABA, que é um neurotransmissor químico que regula o sistema nervoso. É exatamente na ausência da produção natural desses neurotransmissores que nosso corpo adoece e então pode desencadear disfunções cerebrais como ansiedade e depressão. De acordo com a organização mundial da saúde (OMS) cerca de 4,4% e 3,6% da população mundial são afetadas pela depressão e transtorno de ansiedade, respectivamente. Sendo assim, é possível que a investigação da saúde intestinal pode reduzir o numero dessa incidência.
Uma das melhores formas de manter uma flora intestinal saudável é fazendo uma alimentação saudável e variada, rica em água, legumes, vegetais, frutas, probióticos, prebióticos, castanhas e peixe. E sem dúvida alguma reduzir significativamente, ou parar de vez, com o consumo de alimentos industrializados, frituras, açúcares e álcool.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): Os prebióticos são componentes alimentares de difícil digestão, mas que afetam de modo positivo o nosso corpo, porque causa um estímulo seletivo da proliferação de bactérias benéficas ao cólon. Os prebióticos são encontrados em alguns leites e fórmulas lácteas, na banana, na cebola, na alcachofra e nos cereais integrais.
Os probióticos são microrganismos vivos capazes de melhorar o equilíbrio microbiano intestinal produzindo efeitos benéficos à saúde do indivíduo. Nos alimentos encontrados no mercado, hoje temos bebidas fermentadas e iogurtes que contêm probióticos. Quando ingerimos muitos antibióticos, matamos esses microrganismos.
Em suma: os probióticos são as bactérias benéficas do nosso organismo e os prebióticos são as fibras que as bactérias comem. O uso de ambos auxilia na manutenção de um intestino saudável, causando menos inflamação.
O formato do cocô, a sua cor e a frequência de idas ao banheiro refletem a saúde intestinal. Essas observações são utilizadas como forma de diagnosticar inúmeros problemas de saúde física e desordens emocionais.
Em situações normais, as fezes devem ter uma consistência macia, mas capazes de manter o formato ligeiramente alongado, sendo semelhante a uma salsicha. O ideal é que a consistência e o formato não causem dor ou dificuldade para evacuar. Porém, pequenas variações são relativamente frequentes e podem acontecer sem indicar um problema, já que pode variar de acordo com os alimentos ingeridos.
Da redação de Portal Raízes. Organizado a partir dos saberes do livro “A vida Secreta dos Intestinos“, da médica Giulia Enders (veja mais no vídeo abaixo). As informações contidas neste artigo são apenas para fins informativos. Se você gostou do texto, curta, compartilhe com os amigos, e não se esqueça de comentar. Pois isto contribui para que continuemos trazendo conteúdos incríveis para você. Siga o Portal Raízes também no Facebook, Youtube e Instagram.
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