Uma briga com o parceiro, um trânsito interminável ou um cancelamento de última hora: há muitas coisas que podem levar à frustração ou raiva. Pessoas inteligentes podem perder a calma, mas com menor frequência do que pessoas com QI menor. Elas têm maior autocontrole.
Isso é o que um longo estudo da Universidade de Michigan mostrou após analisar 600 participantes, seus filhos e pais, durante 22 anos. Pesquisadores queriam saber se havia uma conexão entre comportamento agressivo e um quociente de inteligência baixo. Os resultados revelaram que as crianças aprendem rapidamente a reagir a situações conflituosas com raiva e agressão. Crescer em um ambiente combativo e agressivo impede o desenvolvimento do cérebro.
Será que você é realmente inteligente, ou só parece ser? Para descobrir, você não precisa fazer nenhum teste de QI, basta ter os dez hábitos a seguir. Confira:
2. Pessoas inteligentes não acham que são melhores do que outras
Pessoas menos brilhantes têm uma imagem imprecisa de seus próprios talentos. Elas tendem a pensar que são melhores do que as outras. De acordo com um estudo publicado na revista Psychological Science, pessoas menos inteligentes são muitas vezes mais homofóbicas ou racistas, e tendem a classificar as pessoas prematuramente. Elas também são mais propensas a diminuir os outros enquanto se vangloriam.
Pessoas inteligentes sabem seu valor e não precisam diminuir os outros para provar isso. Muito pelo contrário: elas estão mais dispostas a ajudar os outros e se alegrarem com o sucesso dos outros.
3. Pessoas inteligentes assumem seus erros
Assumir a responsabilidade por seus deslizes e mau comportamentos? Isso normalmente não é levado em consideração pelas pessoas com QIs mais baixos. Elas preferem culpar os outros por seus próprios erros. O desenvolvimento cerebral em crianças cujos pais agem como se erros fossem um pecado capital é altamente impactado pelo estresse: elas crescem acreditando que é o fim do mundo admitir um erro e o subsequente medo de errar prejudica o seu aprendizado.
Pessoas inteligentes, por outro lado, aprenderam a admitir seus próprios erros e assumir a responsabilidade por suas condutas. Elas não veem erros como algo necessariamente ruim, mas muitas vezes como uma chance de aprender e crescer. Outro estudo da Universidade de Michigan mostrou que o cérebro de pessoas inteligentes reage de forma diferente aos erros do que o das pessoas menos aptas.
4. Pessoas inteligentes têm empatia
Pessoas com QIs menores costumam ligar apenas para os próprios sentimentos e não conseguem se conectar às necessidades dos outros. Muitas vezes, isso tem a ver com a habilidade de empatizar, projetar-se na experiência de outra pessoa e compreendê-la. Empatia é essencial para relacionamentos harmoniosos. Pessoas menos inteligentes têm dificuldade em reconsiderar suas próprias opiniões, então apenas tentam convencer as outras a concordar com elas. Elas também não costumam notar se uma pessoa com quem estão falando é realmente mais inteligente do que elas.
Pesquisadores da Universidade de Tecnologia do Texas mostraram em um estudo representativo que pessoas mais inteligentes são mais capazes de reconhecer os sentimentos dos outros. Os participantes desse estudo também tendiam a ser mais dispostos a fazer algo bom por outra pessoa sem esperar algo em retorno.
Obviamente, pessoas inteligentes não são um bando de “maria vai com as outras”, mas elas aprenderam, talvez desde bem pequenas, que é seguro se abrir para os outros, sentir empatia e oferecer ajuda.
É compreensível que pessoas que cresceram com pais frios e não-empáticos não aprendam essas habilidades, o que pode ter até afetado o desenvolvimento delas. Afinal, viver com pais que não têm empatia por você é assustador e exaustivo, assim como um mau exemplo. Por isso, os cérebros dessas pessoas tiveram que trabalhar mais duro para sobreviver em uma atmosfera fria (escondendo seus próprios sentimentos) do que aprendendo a reconhecer os sentimentos dos outros.
E quando essas crianças crescem, elas não esperam que as pessoas ao seu redor tenham sentimentos, nem conseguem os ler quando elas os têm.
De qualquer forma, está claro que bons relacionamentos durante a infância, assim como resolver conflitos de forma construtiva, fazem uma enorme diferença no desenvolvimento do cérebro da criança, impactando assim toda a sua vida.
Mas, por outro lado…
5. Pessoas inteligentes são ansiosas e desconfiadas
Sim, você leu direito. Pessoas inteligentes tendem a se preocupar mais e demorar mais tempo para fazer amigos. Elas não confiam facilmente nas pessoas. E elas têm a capacidade cerebral para entender contextos complexos e imaginar o futuro – e imaginar tudo o que pode dar errado.
A parte ruim é que eles também são melhores em serem desonestas, já que isso envolve pensar cautelosamente em suas ações, inventar mentiras e planejar com antecedência, o que exige pensar bastante. Psicólogos evolutivos chegaram a esse resultado através de uma pesquisa envolvendo 15 mil pessoas entre 18 e 28 anos.
Mas por toda sua ansiedade e falta de confiança, uma vez que pessoas inteligentes fazem amigos, elas tendem a ser duradouras e mais estáveis do que os relacionamentos das pessoas menos inteligentes.
6. Pessoas inteligentes são bagunceiras
Bagunça não é necessariamente um sinal de preguiça! Veja as mesas de seus amigos e colegas e você terá uma ideia de quem provavelmente é mais inteligente, ou menos. Muitos estudos já mostraram que pessoas que dão menos valor à limpeza tendem a ser mais criativas, mais prontas a tentar algo novo e mais propensas a pensar grande.
7. Pessoas inteligentes xingam mais
Pessoas mais inteligentes não ficam chateadas tão frequentemente quanto pessoas menos inteligentes. Mas quando ficam, elas ficam de verdade! Elas xingam mais e liberam toda sua frustração. Pode parecer surpreendente, mas um estudo recente em “Ciência da Linguagem” descobriu que xingar é um sinal de inteligência. Talvez a diferença seja em liberar a raiva com um pouco de palavrões ao invés de violência ou de raiva prolongada.
8. Pessoas inteligentes são corujas
Vários estudos da London School of Economics mostraram que pessoas inteligentes ficam acordadas até mais tarde do que as pessoas com QIs mais baixos. Os participantes do estudo com um QI de 75 foram dormir antes da meia-noite durante a semana, enquanto as pessoas com QI de 125 iam dormir às 00:30, em média. Nos fins de semana, os mais inteligentes também tendiam a ficar acordados até mais tarde (devemos notar, no entanto, que as pessoas estudadas eram todas jovens por volta dos 20 anos de idade!).
9. Pessoas inteligentes são preguiçosas
Você esperava por isso? Pessoas que às vezes ficam por aí fazendo nada são aparentemente mais inteligentes! Um estudo da Florida Gulf Coast University sugere que pessoas espertas usam seu tempo livre para ponderar sobre o universo, enquanto as menos inteligentes ficam entediadas e precisam fazer algo – muitas vezes, atividades físicas – para se distraírem.
10. Pessoas inteligentes usam a função “soneca”
Quem não conhece essa situação: o alarme desliga, mas você simplesmente não consegue levantar. Ao invés disso, você aperta o botão soneca algumas (ou milhares) vezes, adianta o momento da verdade o tanto quanto possível. Bem, você não precisa se sentir mal por isso. Um estudo publicado no jornal “Personality and Individual Differences” (Personalidade e Diferenças Individuais) mostrou que pessoas inteligentes tendem a ignorar o despertador com maior frequência. Que boa notícia!
Então, se você é uma pessoa tranquila, desconfiada, empática, desorganizada, preguiçosa e coruja que gosta de dormir, você pode ser brilhante. E claro que, se você não for, não se preocupe. Não só porque pessoas inteligentes provavelmente se divertem menos na vida (toda aquela ansiedade…), mas também porque na verdade há várias pessoas organizadas que confiam nos outros e acordam cedo que também são inteligentes. No fim, o importante é ser você mesmo!