Passamos a vida toda acreditando que em algum lugar existe uma pessoa ideal para nós, uma alma gêmea, alma/irmã, a tampa da panela, a metade da laranja… Queremos alguém que nos complete. Talvez a explicação esteja na teoria psicanalítica de que a angústia nasce com a vida. Ou seja no momento em que nascemos.
Enquanto estávamos no ventre materno, éramos um único ser com a nossa mãe e ela era a nossa alma/irmã. Nós não tinhamos uma identidade, pois nós éramos ela. Então, passamos a existência acreditando que precisamos de outra pessoa para nos sentirmos completo. Conquanto isso é impossível. Só poderemos encontrar a completude em nós mesmos.
No livro “Comer, Amar, Rezar” Elizabeth Gilbert diz o seguinte: “Você se encantou por uma pessoa, e daí? Não entende como aconteceu? Ela tocou o seu coração mais profundo do que você pensava que era capaz de alcançar. Em outras palavras, você foi fisgada. Mas esse amor que você sentiu foi só o começo. Isso é só o amor mortal, limitado, café com leite. Espere para ver como você é capaz de amar mais profundamente do que isso. Você tem a capacidade de um dia amar o mundo inteiro. É o seu destino. Não ria.
As pessoas acham que a alma gêmea é um par romântico, o encaixe perfeito, e é isso que todo mundo quer. Mas a verdadeira alma gêmea pode ser um amigo, um parente, um irmão. Porque a alma gêmea é um espelho, aquela pessoa que chama a sua atenção para você mesma, para que você possa mudar a sua vida por você.
Uma verdadeira alma gêmea é provavelmente a pessoa mais importante que você vai conhecer, porque ela derruba as suas paredes e te acordam com um tapa. Mas viver com uma alma gêmea para sempre? Não. Dói demais estar constantemente de frente ao espelho.
As almas gêmeas só entram na sua vida para revelar a você outra camada de você mesma, e depois vão embora. Mande um pouco de amor e de luz sempre que pensar na sua alma gêmea, depois esqueça essa história de precisar de outra pessoa.
Você precisa saber o seguinte. Se você liberar na sua mente todo esse espaço que busca preencher com outra pessoa, vai descobrir um vazio ali, um espaço aberto. E adivinhe o que o vai acontecer? O seu autocuidado vai entrar… e vai encher você com mais amor do que você jamais sonhou. Então pare de usar uma pessoa para fechar esse buraco. Esqueça isso”.
Do livro “Comer, Amar, Rezar” de Elizabeth Gilbert – Editora Objetiva, Páginas 157 e 158.