Durante audiência semanal o papa Francisco fez um apelo para que os pais não condenem seus filhos devido à orientação sexual. O pontífice já havia dito, em outra ocasião, que pessoas LGBTQIA+ têm o direito de serem acolhidas por suas famílias.
“Pais que veem orientações sexuais diferentes nos filhos, lidem com isso e acompanhem os filhos, e não se escondam no comportamento de condenação. A esses pais eu digo que não se espantem, nunca devem condenar um filho”.
A afirmação ocorreu durante a audiência geral com fiéis, no Vaticano, em um momento de improviso, no qual o líder da Igreja Católica falava sobre a dificuldade que os pais podem enfrentar na criação dos filhos, quando elencou a importância de “não se esconder atrás de uma atitude de condenação” diante da orientação sexual.
Ele também disse que, embora a Igreja Católica não aceite uniões entre pessoas do mesmo sexo, a instituição pode e deve apoiar leis de união civil destinadas a dar a esses casais direitos igualitários em áreas como acesso à saúde e compartilhamento de bens.
O pontífice disse que jamais poderia julgar um gay, sinalizou que os católicos devem acolher crianças de casais do mesmo sexo e já recebeu transexuais e defensores do aborto em audiências.
Em dezembro, um departamento do Vaticano pediu desculpas por “causar dor a toda a comunidade LGBTQ” após ter removido do site institucional um link para o material de divulgação de um grupo católico que atua em defesa dos direitos LGBTQIA+.
Em alguns países, entre os quais os Estados Unidos e a Alemanha, paróquias e religiosos começaram a realizar uniões de pessoas do mesmo sexo, e houve pedidos para que o Vaticano institucionalizasse esse direito. A ala mais conservadora da igreja, por outro lado, alega que o papa Francisco tem dado sinais contraditórios sobre o casamento homossexual, confundindo os fiéis.
O Vaticano anunciou, no ano passado, que padres e outros ministros da igreja não podem abençoar casamentos entre pessoas do mesmo sexo e que tais bênçãos não serão consideradas lícitas se forem realizadas, uma vez que, dizia o comunicado, “Deus não pode abençoar o pecado”.
Francisco, que lidera a igreja desde 2013, adotou postura mais aberta sobre o tema, mas não mudou dogmas da instituição, como mostra a decisão de não abençoar a união de pessoas do mesmo sexo.