O diretor do Butatan, Dimas Covas, disse que a vacina contra o novo coronavírus (covid-19), a CoronaVac, desenvolvida pelo instituto em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science, vem se mostrando uma das mais promissoras no mundo.
Segundo ele, até o momento, os estudos chineses sobre a CoronaVac já foram feitos com 24 mil voluntários chineses e demonstraram apenas 5,2% de efeitos colaterais, sendo 3,3% deles de efeitos mais graves (dor no local da aplicação) e apenas 0,18% de manifestações febris. “Perfil de segurança muito próximo à nossa vacina da Influenza”, disse.
Dimas Covas informou que solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esta semana que acompanhe de perto o andamento da terceira fase de testes da vacina chinesa no Brasil para que, caso seja confirmada a sua eficácia e segurança, o seu registro ocorra de forma rápida.
O governo paulista espera que 45 milhões de doses da vacina possam estar disponíveis ao Sistema Único de Saúde (SUS) já em dezembro deste ano. Como a vacina é aplicada em duas doses, cerca de 22,5 milhões de brasileiros poderiam ser vacinados.
Essa quantidade inicial de doses viria da China. O cronograma da parceria do Butantan com a China, de acordo com Covas, prevê a entrega de 15 milhões de doses prontas, já com as seringas, até o final do ano, em lotes de cinco milhões distribuídos em outubro, novembro e dezembro. Ainda em outubro, outros 30 milhões serão entregues em doses para serem transformadas em vacina no Butantã, a partir da matéria-prima.
O cronograma previsto por Covas é de que o Butantan entregue 45 milhões de doses da CoronaVac ao SUS em dezembro deste ano, 60 milhões de doses em março e 100 milhões em maio de 2021. “Asseguramos ao ministro que, em dezembro teremos 45 milhões de doses disponível para o nosso SUS e que ele poderá iniciar já a sua preparação para desencadear uma campanha nacional de vacinação”, disse Covas.
Esta semana, o diretor do Butantan esteve em Brasília, reunido com o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello. Nessa reunião, Covas solicitou investimentos de R$ 85 milhões para os estudos clínicos da vacina avançarem mais rapidamente; R$ 60 milhões para reestruturação da fábrica do Butantan, visando aumento de sua capacidade de produção, além de uma quantia extra para o fornecimento das doses. “Adiantamos [ao ministro] que necessitaríamos de valores aproximados a R$ 2 bilhões para integralizar as 100 milhões de doses”, disse Covas.
Ele disse que os dois primeiros pleitos, para a reestruturação de fábrica e avanço dos estudos, foram inicialmente acatados pelo Ministério da Saúde e agora aguarda a formalização de como esses recursos podem chegar ao estado paulista de forma rápida.
Fonte: Agência Brasil