No domingo 17/03, os jogadores do Corinthians fizeram uma homenagem às oito vítimas da tragédia na escola Raul Brasil, em Suzano: 22 balões, com os nomes dos mortos ganharam o céu da Zona Leste de São Paulo.

Um deles, com o nome de Samuel Melquíades Silva de Oliveira, de 16 anos, foi parar longe: viajou mais de 17 quilômetros, do estádio do Itaquerão até Suzano. E foi encontrado por Seu Arlindo, que fazia sua corrida diária (Veja abaixo no vídeo). 

O balão era de Samuel, o menino que ilustrou um livro sobre como superar a dor

Samuel Melquíades sonhava em ser artista plástico e criou as imagens do livro “Como Consertar um Coração Quebrado”.

portalraizes.com - O balão do menino que desenhava a superação da dor, foi parar em Suzano
O estudante da Escola Estadual Raul Brasil e o livro infantojuvenil de Adriano Fonseca (Reprodução)

“Nesses últimos tempos, tenho percebido uma dor tão grande dentro de mim. Não deve ter cura e não é frescura, é uma dor real que parece que não terá fim. Passei por momentos ruins, tive várias perdas e tenho a sensação que sou sempre o culpado”. 

O parágrafo acima está logo nas primeiras páginas do livro Como Consertar um Coração Quebrado, de Adriano Fonseca, publicado em 2018 pela Scortecci Editora, e ilustrado por Samuel Melquíades Silva de Oliveira, 16, um dos cinco estudantes mortos no massacre de Suzano.

portalraizes.com - O balão do menino que desenhava a superação da dor, foi parar em Suzano
Ilustração de Samuel Melquíades no livro ‘Como Consertar um Coração Quebrado’ (Reprodução)

Nas páginas finais do livro, Fonseca escreveu: “com abraços, beijos, sorrisos. Tudo isso multiplicado. Coração é frágil, machuca fácil e, quando machuca, parece que nunca será reparado. Se carregar culpa, rancor, cuidado, será mais difícil deixar o coração cicatrizado. Somente o perdão, o amor, podem curar essa dor e salvar um coração que está machucado”. (Fonte)

O Fantástico fez a cobertura completa da homenagem. Confira:

https://www.youtube.com/watch?v=vF2wXvmQ6_8






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