Em 2000, quando tinha apenas quatro anos, Qian Hongyan perdeu as duas pernas em um trágico acidente de carro na Província de Yunnan, na China. Filha de uma família pobre, que produz e vende seda, a garotinha tinha poucas condições de conseguir assistência e teve de lidar com o improviso para poder se locomover. Impossibilitado de comprar próteses para a filha, o pai de Qian improvisou uma bola de basquete, que passou a servir-lhe de apoio, evitando que seu corpo tocasse o solo diretamente.
Cinco anos mais tarde, Qian virou o centro de um debate sobre deficientes na China, país que normalmente evita tratar da questão, após ter sido fotografada andando sobre a bola. A imagem mobilizou os chineses e ganhou destaque em diversos veículos de comunicação estrangeiros.
A partir deste momento, a vida da menina começou a mudar. Primeiro, vieram as próteses das pernas, conquistadas por meio de doações. Depois, ela completou o ensino básico e passou a se dedicar à natação. No começo, ela não via maneiras de prosseguir no esporte. “Não havia meios de conseguir boiar na água sem as pernas”, disse ela em entrevista ao China Daily.
Em 2009, ela passou a colher os frutos de seu esforço. Campeã na vida, Qian se tornou também uma estrela das piscinas. Naquele ano, conquistou o campeonato nacional de natação paraolímpica em sua categoria. Qian se preparava para disputar os Jogos Paraolímpicos de Londres, em 2012, quando seu pai morreu. Fora da equipe chinesa que foi à disputa, decidiu voltar para casa e deu uma pausa no esporte.
Decidida a brigar por mais medalhas, voltou a treinar e, em setembro de 2014, de acordo com o jornal britânico Daily Mail, Qian levou a medalha de ouro nos 100 metros nado peito nos Jogos Paralímpicos de Yunann.
Hoje, aos 22 anos, Qian transformou sua infância trágica em uma lição de força e determinação e sua história passou a servir de inspiração.
Fonte: Veja