Cada pessoa tenta encontrar a felicidade à sua maneira. No entanto, nessa busca muitas vezes nos desviamos e esquecemos o que realmente nos faz sentir bem. Dessa forma, fazemos coisas que acreditamos que devemos fazer, mas que deliberadamente nos privam dessa felicidade, ainda que nem sempre estejamos conscientes disso.
Muitas das coisas que fazemos pensando que são o que devemos fazer para sermos felizes não são mais do que ladrões de felicidade, aos quais abrimos a porta e deixamos que nos devorem por dentro. Esses ladrões chegam na forma de convenções sociais às quais nos submetemos, numa demonstração de liberdade, para alcançar uma felicidade que, na verdade, está em outro lugar.
Como seres sociais que somos, os seres humanos querem se conectar com os outros e agradar para se sentirem parte de um grupo. No entanto, mais além da necessidade de ser parte de uma comunidade, muitas vezes as pessoas escolhem fazer o necessário para se adaptar sem levantar questões nem resistir.
Muitas pessoas acreditam que devem se submeter porque, caso contrário, não serão aceitas. Essa insegurança faz com que elas renunciem aos seus próprios desejos e ideias para fazer o que a manada pede, acreditando que na integração está a felicidade, que a manada busca a felicidade para todos. Dessa forma, a pessoa submete seus valores e pensamentos a uma espécie de adaptação para tentar encaixá-los num molde.
Escutar os conselhos dos outros é muito bom, mas algo muito diferente é acreditar cegamente e seguir o que lhe dizem sem questionar nada, sem levar em consideração os seus próprios valores. Se desde criança aprendemos a acreditar cegamente nas figuras que representam a autoridade, com o tempo nos transformaremos em adultos obedientes e submissos que, diante do medo de tomar decisões, preferem que os outros pensem e assumam suas próprias responsabilidades.
Dessa forma, ao invés de seguir o seu coração e criar um caminho próprio, muita gente prefere obedecer ordens e seguir um caminho desenhado pelos outros; um caminho que, supostamente, busca o bem comum e o melhor para a maioria. Mas nesse caminho não existe lugar para desenvolver o pensamento crítico nem para encontrar o que realmente nos dá sentido de uma maneira individual.
Se você faz as coisas que os outros querem que você faça e vive para satisfazer suas expectativas, você estará agindo pela felicidade dos outros, não pela sua. Nesse ponto não vale a pena dizer “é que não posso escolher”. Você é um ser livre e sempre pode escolher. Outra coisa bem diferente é que você escolha a opção mais fácil ou menos dolorosa, ao menos a curto prazo.
Ainda que os outros tentem buscar o melhor para você, no fundo o fazem pensando nas suas próprias necessidades pessoais, na sua própria satisfação. Quando as expectativas dos outros não lhe dão liberdade para escolher ou tentam manipular de alguma maneira as suas decisões, estão colocando resistências para não deixar que você desvie do que eles esperam.
Fomos educados na cultura da distração. Estamos continuamente ocupados, fazendo coisas que não contribuem para o nosso bem-estar e que estão constantemente pedindo nossa atenção. Essa distração constante nos enche de confusão e agitação mental.
Nessas condições é muito complicado encontrar um verdadeiro propósito e, o que é muito pior, estar consciente do que verdadeiramente é preciso fazer para alcançá-lo. Essas distrações nos roubam a paz e a tranquilidade de que precisamos.
É preciso deixar de lado essas distrações desnecessárias e focar nossa atenção naquilo que realmente importa, no que enche o nosso coração de alegria e nos ajuda a nos tornarmos a melhor versão de nós mesmos.
Outra forma de agir que rouba a felicidade é a de se esforçar para criar uma vida perfeita. A perfeição é impossível. A vida é um caminho contínuo de crescimento e melhoria. Tentar fazer com que tudo seja perfeito nos impede de aproveitar conscientemente o que somos e temos, visto que estamos focados em eliminar os defeitos.
A busca constante pela perfeição significa inevitavelmente o estresse, controle dos outros, assim como sentimentos de decepção, vergonha, e inclusive ódio por si mesmo.
Fonte: A Mente é Maravilhosa
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