Não há educação sem amor. O amor implica luta contra o egoísmo. Quem não é capaz de amar os seres inacabados não pode educar. A educação parental através da pedagogia amor permite que os pais/mães se encontrem, se percebam, melhorem suas práticas e aprendam com os seus filhos, permitindo que eles se conheçam também, façam escolhas adequadas para si e lidem melhor com as necessidades do mundo, tornando-se adultos mais capazes e bem resolvidos emocionalmente.
Entretanto, uma educação pautada na pedagogia do amor não representa uma educação que só diz “sim”. Pelo contrário, onde nunca existe o “não”, há ausência real de amor. Amar os filhos é também dizer não ao que precisa ser recusado. Mas como fazer isso desde muito cedo quando as manhas, ciúmes, birras e explosões de raivas nos parecem tão fofas?
4 maneiras infalíveis de dizer ‘não’ a seu filho de 1 a 3 anos e fazê-lo aceitar isso
Mais difícil que disciplinar nossos filhos, é termos a disciplina que queremos ver neles. No início fazer esses passos que parecem tão simples serão difíceis. Você provavelmente achará que está perdendo tempo ao se abaixar ou de mostrar outras brincadeiras que eles podem não aceitar no momento. Mas depois tudo se torna automático e você verá que essas dicas terão efeito muito positivo na educação de seu filho.
1 Fique na altura de seu filho e olhe em seus olhos
O ato de se abaixar para dialogar com a criança pode parecer bobo, mas é de extrema importância. De acordo com especialistas, permite uma comunicação horizontal e linear, o que aumenta a capacidade de ouvir e de ter empatia.
Há muitas vantagens nessa prática, tanto para o desenvolvimento da criança quanto para a relação familiar:
- Promove autoestima, com a criança tendo mais confiança para se expressar
- Proporciona uma comunicação não-verbal, tornando a comunicação mais afetiva
- O contato visual promovido faz com que a criança tenha mais facilidade e concentração para ouvir o que está sendo dito, além de mostrar que o que está sendo dito é importante
- Estabelece uma aprendizagem de igualdade
- Mostra autoridade e respeito sem recorrer a atitudes de medo
- Estimula inteligência emocional, ensinando a criança a se relacionar com calma e serenidade
- Fortalece os laços familiares, fazendo com que os pais compreendem melhor as necessidades dos filhos e possam, também, modificar condutas com mais facilidade e amor
2 – Explique por que ele não pode fazer aquilo
As crianças não têm muita noção do perigo, só sabem que é errado. Mas por quê? Essa fase virá daqui a algum tempo, por enquanto, sem saber perguntar o “porquê” de tudo, elas simplesmente fazem e refazem. Você precisa ser enfático, é claro!
Não adianta falar de longe com voz de “dó”. Elas precisam entender que aquilo irá machucar e se sentir satisfeitas com a explicação para, quem sabe, se você for bem convincente, elas não repetirem a brincadeira pelas próximas 2 horas.
3 – Fale numa linguagem que ele entende
De que adianta falar palavras que são complexas ou que a criança não conhece? Use palavras simples e frases curtas. Fale sempre corretamente, sem usar diminutivos. A criança diz: me dá chovete; e você responde: depois do almoço, vamos tomar sorvete. Se a criança fizer birra, chorar, gritar, espernear insistindo para tomar sorvete fora da hora, deixe-a vivenciar o instante de frustração com paciência, sem gritos, ameaças ou agressões. E quando ela parar de chorar, explique mais uma vez que o sorvete será servido depois do almoço.
4- Não ofereça telas para seu filho pequeno
Brincar é o trabalho de criança. Criança aprende a viver, desenvolve habilidades cognitivas e psicossociais enquanto brinca. Ela precisa tocar, sentir, imaginar, se encantar, se questionar, criar, descriar… enquanto brinca, mas, definitivamente, celulares e computadores, internet não são brinquedos de crianças. A idade ideal para se dar um celular para criança pequena é nunca dar um celular para criança pequena. Os especialistas recomendam 12 anos e sem acesso às redes sociais.
Uma criança que não é hiperestimulada por telas, com toda certeza é uma criança que pode aprender com mais facilidade a ouvir não, a negociar, a esperar, a se frustrar, a socializar, a dialogar, a observar as expressões e gestos das pessoas e com elas compreender quando um “não” é um aprendizado e não uma maldade.