Além de ser pai, mãe, avô, avó, tutor, tutora… é necessário ser um educador responsável pela formação integral da criança. Não é fácil. Cada criança vem a este mundo com necessidades e virtudes próprias a serem potencializadas, significadas, respeitadas e esculpidas. Da mesma forma, as emoções, pensamentos e sentimentos da criança, devem ser respeitadas, incentivadas, orientadas e validadas.

Educar não é apenas ensinar as crianças a ler ou mostrar como podem realizar seu trabalho de pesquisa para o colégio com o computador. Ser pai ou mãe não é presentear os filhos com um telefone celular em seu aniversário, nem assegurar-nos de que colocamos o cinto de segurança neles cada vez que entram no carro. É muito mais que tudo isso.

Se você for pai/mãe, se lembrará de quando foi filho e saberá, sem dúvida, o que você mais valorizou – e ainda valoriza – ou do que mais sentiu falta nos seus dias de infância. Especialmente se você cresceu com pais, ou um deles, que não demonstravam afetividade e alegria em serem seus pais. Se isso aconteceu contigo, você se lembrará quais foram as práticas deles que fizeram romper o vínculo emocional entre vocês.

Com posse dessas lembranças, você poderá buscar em si mesmo, onde os mesmos erros têm acontecido na sua história afetiva com seus filhos. E antes que causem danos e traumas psicoemocionais que poderão prejudicar a autoestima, o amor próprio e o convívio saudável com outras pessoas vida à fora, veja esses 4 exemplos de atitudes que enfraquecem o vínculo emocional com seus filhos. São eles:

1. Não escutá-los

As crianças falam e também perguntam muito. Pegam você de surpresa com mil questionamentos, inúmeras dúvidas e centenas de comentários nos momentos mais inoportunos. Desejam saber, experimentar, querem compartilhar e desejam compreender tudo que acontece diante delas.

Tenha bastante claro que, se você mandar que fiquem quietas, se você as obrigar a ficar em silêncio, ou se não atender suas palavras, respondendo com severidade ou de forma rude, isso fará com que, no curto prazo, a criança deixe de se dirigir a você. E o fará privilegiando seus próprios espaços de solidão, atrás de uma porta fechada que não desejará que você cruze.

2. Castigá-los, transmitindo-lhes falta de confiança

São muitos os pais que relacionam a palavra educação com punição, com proibição, com um autoritarismo firme e rígido em que tudo se impõe e qualquer erro é castigado. Este tipo de conduta educativa resulta em uma falta de autoestima muito clara na criança, uma insegurança e, ao mesmo tempo, uma ruptura do vínculo emocional com eles.

Se castigamos não ensinamos. Se me limito a dizer para a criança tudo o que ela faz de errado, jamais saberá como fazer algo bem. Não dou a ela medidas ou estratégias, limito-me a humilhá-la. E tudo isso gerará nela raiva, rancor e insegurança. Evite sempre esta atitude.

3. Compará-los e rotulá-los

Poucas coisas podem ser mais destrutivas do que comparar um irmão ao outro ou uma criança a outra para ridicularizá-la, para dar a entender suas escassas aptidões, suas falhas, sua pouca iniciativa. Em algumas ocasiões, um erro que muitos pais cometem é falar em voz alta diante das crianças como se elas não os escutassem.

É que o meu filho não é tão inteligente como o seu, é mais lento, o que se pode fazer”. Expressões como estas são dolorosas e geram neles um sentimento negativo que causará não apenas ódio em relação aos pais, mas um sentimento interior de inferioridade.

4. Gritar com eles e apoiar-se mais nas ordens do que nos argumentos

Não trataremos aqui de maus tratos físicos, pois acreditamos que não há pior forma de romper o vínculo emocional com uma criança do que cometer este ato imperdoável.

Mas temos de ser conscientes de que existem outros tipos de maus tratos implícitos, quase igualmente destrutivos. É o caso do abuso psicológico, esse no qual se arruína a personalidade da criança por completo, sua autoimagem e a confiança em si mesma.

Há pais e mães que não sabem dirigir-se de outra forma a seus filhos, sendo sempre através de gritos. Levantar a voz sem razão justificável provoca um estado de euforia e estresse contínuo nos filhos; eles não sabem em que se apoiar, não sabem se fizeram algo bom ou mau. Os gritos contínuos enfurecem e fazem mal, já que não há diálogos, apenas ordens e críticas.

Deve-se ter muito cuidado com estes aspectos básicos. O não escutar, o não falar e o não demonstrar abertura, compreensão ou sobrepor a sanção ao diálogo são modos de ir afastando aos poucos as crianças do nosso lado. Elas nos enxergarão como inimigos dos quais devem se defender e romperemos o vínculo emocional com eles.

Educar é uma tarefa que dura até que o filho cresça e se torne autônomo. E tudo bem precisar de ajuda, tudo bem estudar sobre os assuntos e até consultar um especialista em educação parental. No mais, é apoiar-se nos pilares da compreensão, do carinho e em um apego saudável que proporcione a maturidade e a segurança nesta pessoa que é também parte de você.






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