Um relacionamento unilateral tem consequências dramáticas para nossa saúde emocional e até física. Depois de entrar em um, é difícil se sentir emocionalmente seguro. Você está trabalhando perpetuamente para tornar o relacionamento algo que talvez nunca seja. Você está pedalando uma daquelas bicicletas de dois assentos e 4 pedais, mas você está pedalando.
Esse conflito cria estresse, e os hormônios do estresse causam efeitos colaterais físicos, incluindo ansiedade, dificuldade para dormir, hipervigilância, irritabilidade e, geralmente, sensação de tensão interna. Relacionamentos unilaterais cobram um preço enorme e, no entanto, frequentemente duram muito mais tempo do que deveriam.
Reserve um momento para considerar se seu relacionamento é unilateral e, se for o caso, comece a superar esse padrão experimentando o exercício de reflexão abaixo.
1. Você nunca se sente seguro em relação ao que o outro sente. Fica sempre aquela sensação de que há uma nuvem entre vocês;
2. Você passa muito tempo tentando adivinhar o que a pessoa está pensando acerca de vocês dois;
3. Você constantemente sente que está faltando alguma coisa. As emoções não se encontram no mesmo momento;
4. Você procura a pessoa para um momento íntimo e quando ela aceita você fica com a sensação estranha de que se você não procurar, a intimidade nunca acontece. E você se sente um lixo;
5. Você tenta dialogar sobre o relacionamento, mas a coisa toda sai do controle, como se você estivesse procurando briga;
6. Você não se sente confortável para compartilhar seus verdadeiros sentimos. Você teme se entregar completamente, pois não sente que a pessoa está na mesma sintonia;
7. Você faz todo o “trabalho” e a manutenção do relacionamento. Parece que a obrigação de manter o equilíbrio, a paz e o afeto, é somente sua.
8. Você sabe que já investiu tanto de si no relacionamento para fazê-lo funcionar e, exatamente por isso, você se sente na obrigação de fazê-lo dar certo, mesmo que isso signifique pedalar a bicicleta sozinha, levando um indiferente na garupa;
9. Você sente que seu relacionamento é um castelo de cartas que você tenta com sofreguidão mantê-lo de pé;
10. Você fica o tempo todo escolhendo palavras e atitudes para não magoar a pessoa, como se ela jamais pudesse ser contrariada para ter motivos de ir embora;
11. Você se agarra a ideia de que a sua autoestima depende da durabilidade desse relacionamento: você só será um sucesso se o seu relacionamento for um sucesso;
12. Você não se sente respeitado, admirado, reconhecido pela pessoa. Ela nunca o faz se sentir assim;
13. Você vive se desculpando até mesmo pelos erros da pessoa, só para manter a falsa ideia de harmonia em casa;
14. Você se contenta com pequenas explosões de conexão, embora deseje mais intimidade de seu parceiro;
15. Você está constantemente distraído pela dinâmica do seu relacionamento e, portanto, não consegue se concentrar em outras partes da sua vida ou estar presente nelas;
16. Você gosta de fazer coisas juntos, mas a interação não é harmoniosa o bastante para que você deixe de se sentir solitário;
17. Você não está crescendo como pessoa, não luta por si mesmo, uma vez que seus esforços estão concentrados no relacionamento;
18. Você não consegue ser você mesmo com a pessoa, porque precisa ser quem a pessoa espera que você seja.
19. Você percebe que na verdade desenvolveu uma dependência emocional por simples comodismo e/ou medo da solidão, mas não consegue ser honesto consigo mesmo quanto a tomada de decisão.
20. Mesmo sabendo que as pessoas nos dão o valor que a gente se dá, que quando a gente se ama, se respeita, se impõe, mostramos ao outro a maneira como devemos ser tratados, você se permite ser tratado exatamente contrário a isso.
Se você se vê em muitos desses mais desses tópicos comece a fazer o seguinte exercício de reflexão e seja muito honesto consigo mesmo:
1. Há quanto tempo você repete o padrão de relacionamentos unilaterais em sua vida?
2. Você teve um relacionamento unilateral com um dos pais / cuidador enquanto crescia (em que sempre foi mais sobre eles do que sobre você)?
3. Você pode considerar um relacionamento em que suas necessidades foram satisfeitas e como isso foi bom para você, ou imaginar como seria se você estivesse em um?
4. O que o mantém trabalhando tanto e não desistindo ou mudando para algo mais gratificante emocionalmente?
5. Se você está trabalhando para se sentir seguro e completo, considere se há outra maneira de atender a essas necessidades normais.
6. Se você encerrasse o relacionamento, como poderia preencher o vazio de uma maneira que fosse mais profunda e mais nutritiva para você?
7. Os relacionamentos unilaterais representam sua falta de autoestima? Você está se unindo a pessoas que o mantêm travado e não se sentindo tão positivamente com relação a si mesmo, para que?
8. Você está trabalhando em vão em algo que suga sua energia e recursos sem muita recompensa para você, para que?
9. O que impede que você seja quem você realmente é e se dedique com exclusividade em ser e amar quem você, sem a validação do outro?
10. O que falta para você enxergar que é melhor viver sozinho se sentindo um sucesso para si mesmo, do que viver com uma pessoa que faz você se sentir um fracasso em termos gerais?
Desassociar-se de relacionamentos unilaterais dá trabalho, mas é possível. O primeiro passo é reconhecer que você está em um. O segundo é começar a considerar outras maneiras de se sentir bem consigo mesmo e com o que você precisa, separado de seus relacionamentos, para ter uma vida gratificante.
Da redação de Portal Raízes com base nos saberes de Jill P. Weber, psicóloga clínica Washington, D.C., com especialização em ansiedade, autoestima e relacionamentos. Autora de “The Relationship Formula Workbook Series” – uma série de 4 livros de que ensinam como envolver relacionamentos saudáveis.
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