Como todos os comportamentos do ser humano, o sono precisa ser ensinado ou condicionado. Criar certos hábitos pode acostumar mal a criança ou aumentar sua dependência dos pais. Listamos os principais erros que os casais cometem quando o assunto é hora de dormir:
Criança gosta e precisa de repetição para se sentir segura. O ideal é que a hora de ir para a cama seja precedida pelas mesmas ações, todos os dias.
O ideal é que essa rotina não inclua atividades que vão deixar o pequeno ainda mais desperto, como brincadeiras que envolvem movimentação física e programas de televisão que deixam a criança agitada ou com medo. Entre as atividades relaxantes, estão tomar banho e ler um livro.
Um dos erros mais comuns é ninar o filho e deixá-lo adormecer no colo dos pais. As crianças devem dormir diretamente onde vão acordar, porque ao despertarem na madrugada, há grande chance de estranharem o berço e chamarem a pessoa que as fez dormir no colo. O mais indicado é levar a criança ainda acordada para o cama/berço. Os pais deixam o quarto e, se ouvirem choro, voltam alguns minutos depois para que ela percebe que ninguém a abandonou. Aos poucos, o bebê se acalma e aprende a dormir sozinho.
Nada de perambular com a criança pela casa no carrinho de bebê, colocar o bebê-conforto sobre a máquina de lavar ou passear de carro com o pretexto de fazer a criança dormir. Ela não precisa ser chacoalhada para pegar no sono. A dica é dar uma fraldinha ou um bichinho de pelúcia – antialérgico – ao seu filho, que ele se auto ninará.
Se a criança acorda assustada ou chama pelos pais de madrugada, os adultos precisam dar atenção. Mas, no quarto dela. Isso porque ceder aos pedidos em um dia transmitirá a mensagem de que a criança pode insistir sempre. Se seu filho for direto para sua cama, você até pode deixá-lo ficar um pouquinho, mas leve-o de volta para o quarto dele quantas vezes forem necessárias. Compartilhar a cama com frequência atrapalha o sono da família, não incentiva a independência da criança e prejudica a intimidade do casal.
É comum crianças terem medo do escuro, mas deixar a luz acesa altera a produção do hormônio melatonina, que induz o sono. Se seu filho estiver com medo, converse sobre os motivos da insegurança, explicando que não há razão para temer. Para acalmá-lo, deixe uma tomada de luz baixa, que ilumina o caminho, caso ele acorde de madrugada. Luz de cor azul tem efeito calmante. Para as crianças que não se importam, o melhor é apagar todas as luzes.
Além de o som e a luz prejudicarem a qualidade do sono, ele precisa aprender a pegar no sono sozinho.
Os médicos dizem que a alimentação durante a noite é uma das coisas que mais atrapalham o sono. Se a criança tem fome, os pais devem verificar se a alimentação no restante do dia ou na última mamada da noite está sendo suficiente.
Nada de inventar situações negativas em relação ao sono, como bicho-papão. Ficar bravo ou irritado na hora de colocar os filhos para dormir também é ruim, pois eles começarão a associar esse momento a algo negativo.
As sonecas diurnas são necessárias até certo período da vida criança. Normalmente, esse sono se divide em duas etapas: de manhã e depois do almoço quando a criança têm menos de 1 ano. À medida que seu filho cresce, a necessidade de dormir enquanto o sol está no céu diminui. Mas tente manter o hábito da soneca vespertina até os 4 anos de idade.
PS.: Como transformar a ‘pior’ hora do dia no momento mais esperado? (Nota da psicopedagoga do Portal Raízes)
“Afinal, o que são 6 anos gastos com mimos afetivos na hora de dormir, diante de todo o resto da vida de nossos filhos? Creia, não é enfado algum dedicar 15 minutos diários ao seu filho na hora de dormir em sua fase da primeira infância que é da gestação até os seis anos de idade, sabendo de antemão que isso lhe agregará valores por toda a sua existência. Eu mesma usei da ‘pedagogia do afeto/lúdico da fantasia’ com os meus filhos e o mesmo agora faço com o neto que veio morar conosco. O momento de dormir é sempre ‘aterrorizante’ para criança. É como dizer-lhe que a brincadeira acabou. Então dormir, para ela, é coisa má. Mas se você se dedicar – todas às noites – a deitar-se (ou sentar-se) na cama dela e contar-lhe uma história lida em livros escritos para crianças e/ou inventadas na hora, e depois cantar “as mesmas, 3 ou 4, canções”, – (há muitas canções de ninar com letras na internet) – acredite que esse gesto repetitivo e chato para nós adultos, é a força toda poderosa que fará o seu filho (ou neto) pedir: ‘Mamãe, arruma a minha caminha e me conta uma história que está na sua cabeça?’. Meus filhos, já adultos, se lembram das histórias que inventamos juntos e das nossas canções favoritas da hora de dormir. Se recordam de que quando eu estava viajando, ligava para eles e cantava por telefone mesmo. Funcionou comigo. Pode funcionar com você também. Assim desejo. Abraço afetuoso”. Clara Dawn
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