Todas as crianças reagem de forma diferente à notícia do divórcio de seus pais, mas, segundo o psicoterapeuta Leo Fraiman (capa), 100% delas se sentem culpadas – como se elas fossem a razão de seus pais estarem se separados e esse sentimento de ser alguém que prejudicou ou que não foi capaz manter a ‘alegria’ dos outros, pode acompanhar a criança até a vida adulta:
“100% dos filhos pequenos se sentem culpados (em algum momento) pela separação dos pais. Essa culpa ocorre e permanece, inclusive, no adulto. Como consequência, o indivíduo se fecha com os amigos, se deprime e se culpa. Mas tal condição não precisa perdurar a vida toda, porque o ser humano sempre pode se reinventar e ele consegue sair dessa situação ruim com uma boa psicoterapia, com boas leituras/séries etc”, disse Leo Fraiman, durante entrevista ao programa Todo Seu.
As crianças não nascem sabendo as regras pelas quais devem viver. E durante seus primeiros anos de aprendizado, elas recebem “a culpa” pela maioria de suas experiências desagradáveis. Portanto, é natural que ela também se sinta culpada pelo atrito entre os pais. As crianças inicialmente se sentem mal consigo mesmas e a partir daí fica muito difícil mudar seu sentimento de culpa, porque eles se tornaram sua posição padrão quando os pais estão aborrecidos. É difícil para a criança culpar seus pais porque o pai é sua fonte de comportamento correto. Afinal, não foi o pai que ensinou a criança a seguir as regras corretas? A criança pode, mesmo que de forma inconsciente, indagar-se: “Como meus pais podem ser culpados? Isso só pode ser minha culpa”.
Em primeiro lugar, os pais devem concordar que o bem-estar da criança é primordial. Então é importante que ambos (juntos, se possível) deem à criança, além de respaldo material, ferramentas psíquicas apropriadas à sua idade, para que ela possa entender o divórcio. Pode ser algo tão simples como “mamãe e papai não podem viver juntos, mas nós dois amamos você e continuaremos a cuidar de você”. A declaração de estrutura, é claro, será muito diferente para uma criança de 6 anos do que para uma criança de 16 anos. Explique à criança que é escolha dos pais e não é culpa deles. Você terá mais sucesso se tiver essa conversa mais de uma vez.
Agora que você deu uma estrutura à criança, peça-lhe que lhe diga com suas próprias palavras por que seus pais estão se divorciando. Isso permitirá que você veja quão bem sua explicação foi absorvida. A criança de 5 anos entenderá o divórcio e a responsabilidade com a mente de uma criança de 5 anos. No entanto, quando eles têm 6 anos e sua compreensão do mundo e da causalidade mudou um pouco, eles precisarão ouvir novamente por que seus pais são divorciados e que eles não tiveram nenhum papel a desempenhar e, portanto, não há espaço para culpa. Este processo pode ter que ser repetido e modificado para a criança até o ensino médio.
É muito importante compreender que se a tendência da criança de se culpar pelos problemas, não for reconhecida e amparada por seus responsáveis, será transportada em sua bagagem psicoemocional até a vida adulta e isso lhe trará problemas em seus relacionamentos, sejam afetivos ou de trabalho. Por isso, não tenha nenhum receio em buscar a ajuda de um profissional da educação parental. Informe-se com o seu psicoterapeuta.
Qual alimentação você prefere: a que inflama ou a desinflama? A remissão da fibromialgia, e…
Julia Roberts, atriz, ganhadora de um Oscar e três Globos de Ouro, em uma entrevista…
A luta das mulheres por equidade de direitos é uma constante na história mundial, refletindo…
Alejandro Jodorowsky é um artista chileno conhecido por sua vasta obra como cineasta, escritor, poeta,…
“É necessário maior atenção por parte do Ministério da Educação (MEC) na carga horário dos…
Manter um ambiente limpo e organizado vai além da estética: essa prática também traz impactos…